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Prévia da inflação 'detona' os futuros

O volume menor de títulos ofertados pelo Tesouro em leilão e a inflação abaixo da esperada no IPCA-15 de março abriram espaço para que as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) recuassem após cinco pregões consecutivos de alta.

A queda ocorre também após o Banco Central indicar que espera uma desaceleração mais intensa da atividade em 2026.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) desacelerou o ritmo de alta de 1,23% em fevereiro para 0,64% em março. A leitura ficou abaixo da mediana das projeções do mercado, de 0,68%.

Segundo Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos, o mercado reagiu favoravelmente ao indicador e à desaceleração dos núcleos de inflação na margem. Ele disse que a expectativa de desaceleração da economia trazida pelo Banco Central não é algo novo, mas lida em conjunto com a ênfase dada pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, ao nível contracionista da Selic, deixa margem para debate sobre as chances de o ciclo de alta da Selic terminar na próxima reunião.

A Monte Bravo espera que a taxa aumente em maio ( 0,50 pp) e pare por ali, aos 14,75% ao ano, voltando a cair no início de 2026.

Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, considera que os dados de hoje e as informações vindas do Banco Central colaboraram para a correção das taxas e da visão recente do mercado sobre a trajetória dos juros.

A taxa de deposito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu para 15,100%, de 15,158% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 recuou para 15,000%, de 15,134%.