O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira, 27, em alta moderada no mercado doméstico, na casa de R$ 5,75, em dia marcado por perdas de divisas latino-americanas na esteira do aumento de temores relacionados à escalada tarifária do governo norte-americano de Donald Trump.
O real, que costuma sofrer mais em episódios de aversão ao risco, apresentou perdas inferiores a de seus pares. Pesos colombiano e chileno amargaram desvalorização mais aguda entre as divisas da região, embora o peso mexicano tenha acentuado o ritmo queda à tarde, depois de o Banxico cortar a taxa básica em 0,50 ponto porcentual, para 9% ao ano.
Segundo operadores, os impactos da piora do ambiente global sobre o real teriam sido amenizados pela perspectiva de continuidade do aperto monetário e de permanência da taxa Selic em níveis elevados por período prolongado, após a mensagem dura do Relatório de Política Monetária (RPM) e falas do presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçando a busca pela meta de inflação.
Com máxima a R$ 5,7707, pela manhã, o dólar à vista fechou em alta de 0,36%, cotado a R$ 5,7533.
Foi o segundo pregão seguido de avanço da moeda norte-americana, que acumula ganhos de 0,62% em relação ao real na semana. Em março, o dólar desvalorizou 2,76%.
Na quarta à noite, Trump anunciou que vai impor tarifas de 25% sobre automóveis fabricados no exterior e exportados para os EUA a partir de 3 de abril, aguçando expectativas para o anúncio da tarifas recíprocas no próximo dia 2. À tarde, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que o país vai retaliar os EUA.