Por Marcello Sigwalt
A crescente necessidade de financiamento do governo no mercado - tendo em vista pagar os juros exorbitantes de seus títulos, face à desconfiança geral, já consolidada, com relação à capacidade de ajuste das contas públicas pelo Planalto - demandou uma emissão mensal recorde que, associada ao baixo volume de vencimentos de títulos, provocaram a alta de 3,3% da Dívida Pública Federal (DPF), que aumentou de R$ 7,253 trilhões para R$ 7,492 trilhões, de janeiro para fevereiro último, respectivamente .
Desde que atingiu o patamar de R$ 7 trilhões, em junho último, a DPF não parou de subir, embora este continue abaixo do previsto pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2025 (entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.
Outro indicativo que expõe a deterioração fiscal a Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) cresceu 0,23%, ao passar de R$ 6,951 trilhões para R$ 7,178 trilhões, no mesmo comparativo mensal. Devido à expansão, o Tesouro emitiu R$ 189,92 bilhões em títulos a mais do que resgatou, sobretudo, em papéis prefixados (com juros definidos antecipadamente) e atrelados à taxa Selic (juros básicos da economia). Também contribuiu para a expansão desse tipo de endividamento a apropriação de R$ 70,85 bilhões em juros.
Em fevereiro, o Tesouro Nacional emitiu R$ 145,39 bi em títulos da DPMFi. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) aumentou 4,15%, indo de R$ 301,81 bilhões em janeiro para R$ 314,34 bilhões em fevereiro, por conta de fatores como a valorização de 1,35% do dólar e a emissão de US$ 2,5 bilhões em títulos no exterior.