Desigualdade de gênero permanece
Mesmo com avanço em legislações para equidade de gênero no trabalho, as mulheres ainda sofrem com menores remunerações e oportunidades para ocuparem cargos de liderança. Um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que, apesar das mulheres serem 43% do total de ocupados no País, na camada dos 10% de empregados que recebem menos, elas são a maioria, 55%. Porém, entre os 10%, 1% e 0,1% mais bem pagos, as trabalhadoras têm menor representação: 34%, 22% e 11%, respectivamente.
As constatações do levantamento têm como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do 3º trimestre de 2024. Segundo o instituto, o Brasil contava com 91,2 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, das quais 48,1 milhões faziam parte da força de trabalho. Dessas, 44,4 milhões estavam ocupadas no período, e 3,7 milhões, desocupadas - o equivalente a uma taxa de 7,7%. O porcentual fica acima do masculino (5,3%).
A presença feminina em cargos estratégicos continua abaixo da masculina por conta da persistência de barreiras estruturais e culturais, avalia a sócia do escritório Vernalha e Pereira, Angélica Petian. Segundo ela, as empresas precisam criar ambientes mais inclusivos, com a "implementação de programas de mentoria para mulheres, políticas de diversidade e canais de denúncia eficazes".
As trabalhadoras recebem, em média, 19,4% menos que os homens para mesmas funções, apontam dados do Ministério das Mulheres e do Trabalho.