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Volatilidade externa 'detona' juros futuros

Os juros futuros recuaram nesta segunda-feira (31), refletindo um movimento de correção das altas recentes, estimulado pelo ambiente externo dominado pelos receios sobre a guerra tarifária, pela leitura benigna das medianas de IPCA na pesquisa Focus e por declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David. À tarde, o maior alívio no câmbio deu gás extra ao ajuste das taxas.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou com taxa de 15,015%, de 15,118% no ajuste de sexta-feira, e o DI para janeiro de 2027, taxa de 14,93% (15,05% no ajuste anterior). A taxa do DI para janeiro de 2029 caía de 14,79% para 14,71%. No mês, a curva perdeu inclinação, com alta da ponta curta e queda na longa. No balanço do primeiro trimestre, todas as taxas recuaram, com destaque para o trecho intermediário.

As taxas curtas e intermediárias foram as que mostraram queda mais firme e regular. As longas estiveram à mercê da curva americana, que mostrou volatilidade durante o dia.

Os mercados, de forma geral, passaram o dia acuados pela incerteza em relação à guerra tarifária imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, dada a proximidade da entrada em vigor da taxação das importações no dia 2.

"Traz piora na perspectiva de crescimento econômico e, com isso, um movimento generalizado de queda de taxa de juros no mundo", explica Carlos Eduardo de Mello Paiva, estrategista-chefe da Constância Investimentos.

Trump afirmou ontem que não serão apenas 10 ou 15 nações que serão atingidas pelas tarifas recíprocas, mas sim "todos os países".