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Focus 'estabiliza' IPCA para 2025, ante juros 'escaldantes'

Por Marcello Sigwalt

Após 'ratear' em 'microscópicas' reduções a projeção do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação, para este ano, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - optou pela estabilidade, ao mantê-la em 5,65%, o mesmo valendo para 2026, em 4,5%. Para 2027 e 2028, a previsão permaneceu em 4% e 3,78%, respectivamente.

Denunciando sem explicitar, o efeito 'funesto' do aperto monetário - com a assunção, de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano, da Selic (taxa básica de juros), a banca 'confessou' o sacrifício monetarista imposto à economia, ao reduzir, pela segunda vez seguida, a estimativa do PIB, agora de 1,98% para 1,97%. Como consolação, para um 'horizonte já não tão relevante' (afinal, a eleição já está aí), a 'aposta' para 2026 se manteve em 1,60%, mas subiu de 1,99% para 2,00% para 2027.

Mesmo faltando apenas 0,75 ponto percentual e com novo reajuste da Selic na mira, o mercado financeiro, de forma monolítica, mantém 'a forceps' o prognóstico de 15% ao ano para a taxa básica ao cabo deste ano. A mesma receita tecnocrática vale para 2026, que deverá encerrar a 12,50% no fim do ano.

No plano do comércio exterior, outro exemplo de 'perda de fôlego' da economia, uma vez que a previsão para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2025, a caiu de US$ 76,7 bilhões para US$ 75,4 bilhões. Para 2026, este continuou em US$ 79,2 bilhões.

No plano cambial, o dólar projetado para o fim de 2025 recuou de R$ 5,98 para R$ 5,95. Para o fim de 2026, a estimativa continuou em R$ 6.

Fator vital para que o país mantenha sua capacidade de cobrir o déficit de transações correntes, o investimento estrangeiro deste ano estabilizou em US$ 70 bilhões, mas recuou para US$ 70 bi para 2026.