Os juros futuros fecharam a sessão em forte baixa, em meio ao tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA que derrubou as curvas de juros globais. Os investidores buscaram segurança nos Treasuries, o que pressionou os rendimentos para baixo, sob o temor de recessão. Adicionalmente, o mercado comemorou o fato de o Brasil ter sido taxado pela alíquota mínima de 10%. Sob o ponto de vista da política monetária, a precificação da curva a termo mostra aumento das apostas num ciclo mais brando da Selic nesta reta final de aperto e ligeira antecipação na expectativa de início do processo de cortes.
Numa sessão com volume acima da média diária padrão, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou com taxa de 14,745%, na mínima, de 15,011% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 14,84% para 14,37%. A do DI para janeiro de 2029 encerrou em 14,13%, de 14,60%. No fim da tarde, o yield da T-Note de 10 anos era negociado perto dos 4%.
Apesar do fim do suspense sobre as tarifas, as incertezas se renovaram pelo temor de uma guerra comercial. Há expectativa sobre as respostas dos países, sobretudo os mais taxados e, neste grupo, as atenções estão bastante voltadas à União Europeia e China. Mesmo entrando no grupo da tarifa mínima de 10%, o Brasil deve responder aos EUA de alguma forma. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo vai tomar "todas as medidas cabíveis" para defender o País. Segundo ele, a atuação terá como referência a lei da reciprocidade econômica aprovada ontem pelo Congresso e as diretrizes da Organização Mundial do Comércio (OMC).