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CNI enfatiza que momento requer diálogo com os EUA

Por Marcello Sigwalt

Ante o anúncio de sobretaxas que somam 10% sobre os produtos nacionais, por parte do governo dos Estados Unidos, a Confederação Nacional da indústria (CNI) decidiu adotar uma postura cautelosa no tratamento da questão.

Além de admitir a preocupação com o avanço protecionista ianque, a entidade entende que é preciso "fazer uma análise detalhada" das medidas divulgadas, nessa quinta-feira (3) pelo presidente estadunidense Donald Trump, tendo em vista 'insistir' no diálogo para que se preserve uma relação bilateral histórica e complementar entre o Brasil e os EUA.

Na avaliação do presidente da CNI, Ricardo Alban, claro que nos preocupamos com qualquer medida que dificulte a entrada dos nossos produtos em um mercado tão importante quanto os EUA, o principal para as exportações da indústria brasileira. No entanto, precisamos fazer uma análise completa do ato. É preciso insistir e intensificar o diálogo para encontrar saídas que reduzam os eventuais impactos das medidas".

Certo é que a tarifa adicional de 10%, anunciada pelos EUA, afetará todos os países, passando a entrar em vigor no próximo sábado (5). Para tanto, foi adotado como critério que as tarifas mais altas serão aplicadas a países com os maiores déficits comerciais com os EUA, como China (34%), União Europeia (20%) e Japão (24%), a partir de 9 de abril.

No caso de aço, alumínio, e veículos e autopeças, persiste a tarifa de 25%. Hoje, os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras da indústria de transformação, em especial, produtos de maior intensidade tecnológica.

Somente em 2024, a indústria de transformação brasileira exportou US$ 31,6 bilhões em produtos para os EUA. Nesse ano, a cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA, foram criados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,6 bilhões em produção.