Por: Por Marcello Sigwalt

Petrobras: sem transparência, quem perde é o investidor

Princípio de transparência é inegociável, ainda mais quando envolve a vida do CEO | Foto: Agência Brasil

Por Marcello Sigwalt

O tratamento, no mínimo esquivo - não admitiu, nem negou - dispensado pela assessoria da Petrobras ao desmaio, em pleno voo comercial, em meados de fevereiro último, da CEO e presidente da companhia, Magda Chambriard, acabou chamando mais atenção pela falta de transparência em torno do fato, junto ao mercado, do que pelo estado de saúde de sua principal executiva. Além disso, abre um precedente perigoso por parte da maior empresa brasileira, ante às demais, pois alimenta uma incerteza que descamba na perda de valor de suas ações...e prejuízos ao investidor.

Para agravar a questão, a estatal silencia sobre o que parece ser uma 'cortina de fumaça' formada para desviar a atenção e omitir as reais condições de Magda prosseguir no posto, pois ela passou a atacar a médica que tentou socorrê-la no avião. "Isso não vai ficar assim. Devo processar a médica. Já peguei o CRM dela no relatório da Gol. Eu já estava sendo socorrida por um médico que estava sentado próximo. Não sei o que ela queria. Veio correndo do fundo do avião sem ter sido chamada pela tripulação", disparou. Essa reportagem não obteve retorno da CVM (reguladora do mercado de capitais), até o fim dessa edição.

"Uma empresa, independentemente de sua magnitude, tem obrigação, sim, de informar fatos de altíssima relevância. Uma parada, seja ela obrigatória ou não, do CEO, de qualquer organização listada em bolsa, sim, deve ser comunicada. Vou além, este é um fato relevante quando ocorre uma parada, seja por saúde por parte do CEO, tem que ser comunicada ao mercado", aponta o consultor de governança corporativa e ESG, Roberto Gonzalez. Com relação aos danos causados pela 'falta de transparência' ao mercado, Gonzalez admite "uma falha na comunicação pode causar queda nas ações da empresa, pois, no momento em que trago incerteza, a ação cai".