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Juros futuros 'desaceleram' o viés de alta

Os juros futuros fecharam a sessão desta quarta-feira, 9, em alta, mas bem menor do que o que se via pela manhã. O alívio veio do anúncio do governo Trump de um piso temporário de 10% nas tarifas recíprocas a países que não retaliaram os EUA.

A reação das taxas, porém, foi moderada em comparação ao que se viu na Bolsa e no câmbio. O dólar fechou a sessão longe dos R$ 6, em baixa de mais de 2%. O avanço dos rendimentos dos Treasuries foi apontado como limitador de um alívio maior na curva local, que seguiu à tarde apontando a probabilidade zero de corte da Selic este ano.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,805%, de 14,760% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 14,32% para 14,47%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 14,35%, de 14,27%.

As taxas encerraram a manhã subindo em torno de 30 pontos-base, acompanhando a escalada da guerra comercial. A China anunciou aumento das tarifas à importação dos EUA para 84% em nova retaliação à tarifa adicional de 50% determinada ontem por Trump a produtos chineses, totalizando 104%.

Nesta tarde, Trump contra-atacou e elevou ainda mais a taxa aos chineses, a 125%, mas aliviou a tensão tarifária a países que não retaliaram os EUA, com redução unilateral da taxa ao piso de 10% por 90 dias.

O Brasil já estava sujeito ao piso e, com isso, os benefícios são apenas indiretos.

O recuo de Trump levou o dólar a virar para baixo, o que ajudou a reduzir a pressão sobre a curva doméstica. A moeda encerrou a R$ 5,8473.