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Na falta de direção certa, futuros caem

Os juros futuros fecharam a quinta-feira com viés de baixa no caso dos contratos curtos e em alta na ponta longa, em desenho definido só a partir do meio da tarde.

A volatilidade vinda do exterior em função da guerra tarifária continuou comandando os negócios, deixando os juros futuros sem direção firme ao longo da sessão.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 estava em 14,805%, de 14,821% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027, em 14,52%, de 14,48%. O DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 14,47% (de 14,39%).

Os ativos de economias emergentes sofreram com a volta da aversão ao risco que manteve o dólar acima de R$ 5,90 durante boa parte do dia, enquanto os rendimentos dos Treasuries oscilaram ora com viés de alta ora de baixa, sem firmar tendência.

A falta de disposição da China em negociar as tarifas com os EUA já estressava os mercados antes mesmo da Casa Branca, no início da tarde, esclarecer que a carga tributária total americana sobre importações ao país asiático agora chega a 145%. O governo dos EUA elevou a taxa para 125%, substituindo a anterior de 84%.

Depois da divulgação do texto, os mercados ampliaram as perdas e os juros futuros deslizaram para cima e para baixo e um desenho mais firme acabou se configurando só a partir do meio da tarde, com a ponta longa em alta.

Para o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, o elevado nível de estresse e num ambiente de mudanças rápidas dificulta a precificação correta dos ativos, especialmente os de longo prazo.