Os juros futuros fecharam em alta, em movimento de correção moderada de parte das quedas acumuladas na últimas sessões, tendo as incertezas externas e fiscais como estímulos para ajuste. Sinais de falta de evolução nas negociações dos acordos que aliviem o impacto das tarifas de Trump sobre a economia global e cautela antes da divulgação do PLDO de 2026 levaram o mercado a recompor os prêmios de risco, sobretudo nos vértices intermediários. O documento foi divulgado no fim da tarde, porém sem reações no mercado de juros.
No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subia a 14,725%, de 14,686% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 estava em 14,22% (de 14,16%). O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 14,11%, de 14,04%.
As taxas estiveram em direção contrária ao dos rendimentos dos Treasuries, que caíram, tendo o mesmo pano de fundo: as preocupações com os efeitos do tarifaço sobre a economia mundial. Apesar dos EUA manterem o discurso de que estão sendo procurados para acordos, pouco de concreto se viu até agora. Segundo a Casa Branca, em torno de 75 países estariam buscando uma negociação e acordos serão anunciados "muito em breve". Representantes da União Europeia e os Estados Unidos se reuniram, mas os relatos à Bloomberg eram de que havia pouca clareza sobre a posição americana.
"O mercado opera sem muita convicção. As taxas tiveram queda grande e daqui para frente é esperar para ver", afirma o economista-chefe da Terra Investimentos, João Mauricio Rosal.