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Mercados dos EUA 'tombam', após ataque de Trump ao Fed

Por Marcello Sigwalt

Só faltava atacar a própria 'casa'. E foi exatamente o que o irascivel e ególatra presidente dos EUA, Donald Trump, fez, nessa segunda-feira (21), ao assestar suas baterias contra o presidente do Federal Reserve (Fed) - o bc ianque - Jerome Powell, a quem culpou por manter altos os juros estadunidenses, sob pena de desaceleração da economia daquele país.

Disparo conveniente do topetudo mandatário republicano, uma vez que, de fato, é sua guerra comercial deflagrada unilateralmente que deve descambar em avanço da inflação, o que demandaria 'segurar', por mais tempo, os juros em patamar elevado, como tem feito, com responsabilidade, o Fed, até agora.

O impacto das palavras trumpeanas irresponsáveis foi imediato, com o tombo generalizado das ações dos EUA, enquanto investidores se questionam sobre o tempo em que o Fed conseguirá manter sua independência da Casa Branca.

Seus três principais índices entraram em queda livre: o S&P 500 perdeu 2,36%, encerrando em 5.157,81 pontos, enquanto o Nasdaq Composite caiu 2,50%, para 15.878,68 pontos. O Dow Jones Industrial Average recuou 2,47%, para 38.159,19.

Mirando Powell, Trump argumentou que a economia dos EUA caminha para uma desaceleração "a menos que o Sr. Tarde Demais, um grande perdedor, reduza as taxas de juros AGORA".

Em contraponto, o gerente de portfólio da Argent Capital Management, em St. Louis, Jed Ellerbroek, observou que "os países que têm um banco central independente crescem mais rapidamente, têm inflação mais baixa; eles têm melhores resultados econômicos para seu povo", acrescentando: "E políticos que tentam influenciar o Fed são uma ideia muito ruim e muito assustadora para o mercado."

Pequim advertiu países que façam acordos com Washington, que redundem em prejuízo ao gigante asiático.