Por Marcello Sigwalt
A 'eficácia' do 'combo' aperto monetário e a decorrente restrição de crédito é apontado como o fator determinante para a demanda interna insuficiente, principal problema apontado pelos industriais, no primeiro trimestre de 2025 (1T25).
A conclusão integra a Sondagem Industrial, estudo divulgado, nessa quarta-feira (23) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O 'pódio' das preocupações é completado pela carga tributária e os juros elevados.
A constatação representa uma evolução negativa ante o quarto trimestre de 2024 (4T24), quando esse quesito ocupava a quinta posição entre as preocupações do setor. Também é inquestionável concluir que o dinamismo da economia vem perdendo tração, face à persistência, em patamares estratosféricos, da Seli, em 14.25% ao ano.
Ao admitir que a queda da procura por bens industriais decorre de fatores, como a alta taxa de juros e a redução dos gastos públicos, o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo entende que esse problema pode 'impactar' a tomada de decisão dos industriais. "A alta demanda é o que sustenta a atividade industrial, porque ela requer mais produção, emprego e investimentos. Quando o empresário percebe uma menor demanda, ele fica mais receoso em fazer esses movimentos", acrescenta.
Citada, no último terço do ano passado, por 30,6% dos empresários, a elevada carga tributária subiu para 33,3% dos industriais, na linha dos três principais problemas enfrentados. De igual forma, a Selic saltou de 25% para 27,1% do total de empresas consultadas.
Já a demanda interna insuficiente saltou 4,8 pontos percentuais, indo de 22,3% para 27,1% do total de empresas.
Na segunda fila dos 'vilões', figuram a falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados e de matéria-prima, com 22,4% e 21,3% do total de empresas, respectivamente.