Por Marcello Sigwalt
Atestado inequívoco da desaceleração 'a forceps' da economia brasileira, pilotada pelo Banco Central (BC) para conter a elevação inflacionária, alimentada pelo (des)ajuste fiscal da gestão petista, o país deve colher, em 2025, o menor crescimento do PIB dos últimos cinco anos, não superior a 2,3%.
A projeção consta do Informe Conjuntural do primeiro trimestre do ano (1T25), divulgado, nessa quinta-feira (24), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), para quem os fatores determinantes da perda de dinamismo econômico doméstico estão associados ao 'crescimento mais lento das concessões de crédito', assim como dos 'gastos públicos', além do arrefecimento na expansão do mercado de trabalho.
Essa última estimativa, inclusive, representa uma retração, ante à anterior, que previa uma expansão econômica de 2,4% este ano, bem como deve ficar aquém, em 1,1 ponto percentual, ao desempenho do PIB em 2024.
O recuo no prognóstico da entidade para 2025 é explicado pelo diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles: "Reduzimos um pouco a projeção de crescimento do país para esse ano, porque a desaceleração da economia está sendo mais forte do que a CNI esperava e porque o Banco Central dá sinais de que vai elevar ainda mais a taxa Selic".
Como 'pano de fundo' para o 'sufoco' da atividade, basta saber que, diante do avanço da inflação, acumulada em 5,5% em 12 meses, até março último, o BC decidiu ampliar o prazo do aperto monetário, de modo a elevar para o patamar de 14,25% ao ano (a.a.) a taxa básica de juros (Selic).
A CNI estima que a Selic subirá meio ponto percentual, na reunião de maio do Copom, até chegar no final de 2025 no patamar de 14,75% ao ano. A taxa real de juros deve atingir 9,8% ao ano, bem superior ao 7% ao ano, apresentados em 2024.