Tarifaço em vigor derruba juros futuros

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À espera do anúncio das tarifas recíprocas pelo governo Trump, que ocorreu somente no fim da tarde, o mercado de juros teve uma sessão volátil, mas no fechamento as taxas se firmaram em baixa nesta quarta-feira. Os investidores receberam bem a informação de que, dentro do pacote, o Brasil receberá a alíquota mínima de 10%, muito abaixo dos 34% da China e 20% da União Europeia.

Até então, a manhã havia sido de queda, ainda na esteira da correção técnica vista desde a segunda-feira e com o resultado fraco da produção industrial, mas as taxas zeraram o recuo à tarde.

Após as 17 horas, Trump confirmou que havia assinado a ordem das tarifas recíprocas e a taxa de 25% para carros importados. Ele anunciou que vai impor uma tarifa de 10% às importações brasileiras, que começa a valer a partir da zero hora desta quinta-feira, 3.

O juro do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou a 14,980%, de 14,991% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 14,84% para 14,79%. O DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 14,57% (de 14,60%).

A exemplo dos últimos dias, o exterior manteve-se como referência principal para a dinâmica das taxas. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de fevereiro teve efeito de baixa, mas limitado, sobre a curva no começo dos negócios, e só na ponta curta, mas à tarde se dissipou.

"Juros aqui estão seguindo o mercado americano. Até começaram o dia fechando com a produção industrial mais fraca, mas a curva americana passou a ser preponderante", resumiu o economista-chefe da Meraki Capital, Rafael Ihara.