Que feio hein, STF??? Só nos resta bradar: "Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre Nós!"
Por Cláudio Magnavita*
O samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense não poderia ser mais profético para este 20 de abril de 2022, véspera de um carnaval fora de hora. Um dia no qual a liberdade de expressão é eclipsada pela sede de vingança de senhores e senhoras togados. Os integrantes da mais alta corte do Judiciário, condenam um parlamentar eleito pelo povo, por produzir injúrias e expor a sua insanidade verbal com o Supremo Tribunal Federal.
O que ocorreu neste 20 de abril abre um precedente perigoso sobre o direito de pensar e falar. Até mesmo asneiras. Quem é Daniel Silveira diante dos ministros do STF? A decisão da corte introduz o medo e não a sanidade na sociedade. Silveira é um insano que usa palavras de forma inconsequente. Não é, diante dos currículos dos ministros, nem uma molécula de representatividade. Ao introduzir o medo, até para quem resolve criticar o Supremo, a corte traz de volta um sentimento de assombração, que só aqueles que viveram sob o regime da censura podem traduzir o que seja.
Neste caso, existe um agravante. Este processo que condenou o deputado à prisão e a perda do mandato tem um erro de origem. O STF é vítima e julgador do seu próprio caso.
Se o objetivo dos ministros foi o de restabelecer a liturgia de respeito à corte, o tiro sai pela culatra. A liberdade de expressão é o bem maior da democracia. Quem deve zelar pela Constituição não pode estabelecer a censura punitiva. O Correio da Manhã, na sua primeira fase histórica, sucumbiu pelo garrote vil colocado na imprensa por aqueles que queriam controlar a informação. Nunca imaginaríamos que, em pleno século XXI, estaríamos transformando novamente um samba de 1989 em um hino de louvor à liberdade.
Daniel Silveira não é um mártir e nem um réu condenado ao cárcere. Ele é um insano, com suas bravatas medíocres, que só afetam quem as leva a sério. Já o STF, abriu a caixa de pandora. Deixa de ser a casa que nos defende contra a irracionalidade e passa a ser a corte que mete medo por agir de forma tão microscópica. Só nos resta bradar: Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós!
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã