Desfile da Independência acontece tranquilo e com público menor
Primeiro 7 de setembro desta gestão de Lula foi despolitizado e com público menor
Por volta das 8h30 da manhã desta quinta-feira (7), o comandante militar do Planalto, general Ricardo Piai Carmona, empertigou-se em posição de sentido à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De pé em cima do veículo blindado Guarani, o general Carmona, como comandante da solenidade, bateu continência para Lula e disse: “Comandante Militar do Planalto, solicito permissão a Vossa Excelência para dar início ao desfile cívico militar em comemoração ao duocentésimo primeiro ano da independência do Brasil”. Lula, então, proferiu as suas duas únicas palavras durante todo o evento: “Permissão concedida”.
Começava assim o primeiro desfile de 7 de setembro após a posse de Lula em seu terceiro mandato como presidente. As palavras de Lula restritas apenas ao protocolo marcaram a preocupação do governo em despolitizar ao máximo a solenidade. Todo viés político ficou para O Grito dos Excluídos, movimento dos partidos e organizações de esquerda, que não é oficial do governo.
A protocolar continência do comandante militar do Planalto marcava também a preocupação das Forças Armadas em despolitizar o ato e a sua participação, demonstrando obediência a Lula, que é seu comandante. Nas arquibancadas, um público considerado menor que o de anos anteriores vestia-se de verde e amarelo, o que também foi interpretado como um gesto no sentido de despartidarização das cores nacionais. Até por volta das 11h, com as evoluções nos ares da Esquadrilha da Fumaça, tudo correu tranquilo na Esplanada dos Ministérios.
Detalhes
O discurso político ficou, assim, nos detalhes. Símbolo das campanhas brasileiras de vacinação, o personagem Zé Gotinha participou do desfile em cima de um carro do corpo de bombeiros. O atual governo acusa o governo anterior de ter sido leniente com a vacinação da população durante a pandemia de covid-19.
Na véspera, Lula demitira Ana Moser do Ministério dos Esportes para ali abrigar o deputado André Fufuca (PP-MA). Depois da deputada Daniela Carneiro (União-RJ), a segunda mulher que ele demite por acertos políticos. Durante a maior parte do desfile, Lula cercou-se de Janja da Silva e das mulheres que fazem parte do seu governo, como Marina Silva (Meio Ambiente), Simone Tebet (Planejamento), Nísia Trindade (Saúde) e Anielle Franco (Igualdade Racial).
Ao final do desfile, voltando para o Palácio da Alvorada, Lula, ainda com a faixa presidencial no peito, parou em frente a um gramado onde havia jabuticabeiras carregadas. Enquanto Janja registrava com o celular, ele colheu uma jabuticaba e a comeu. Dirigiu um sorriso maroto para a câmera e disse: “Quem planta, colhe”.
Claudio Castro
No feriado da independência do Brasil, o governador Cláudio Castro marcou presença no tradicional desfile de 7 de setembro, que este ano retornou à Avenida Presidente Vargas, no Centro da capital, após três anos. Em 2020 e 2021, o evento foi suspenso diante das restrições provocadas pela pandemia e, em 2022, foi transferido para a orla de Copacabana em razão do bicentenário da data. Castro enfatizou a importância desse momento histórico para a cidade do Rio e para o país.
“É um dia muito importante. Neste 7 de setembro, celebramos a Independência do Brasil, um marco fundamental para nossa história e um símbolo da força de nossa cultura, diversidade e do próprio povo brasileiro. É sempre uma honra prestigiar esse ato democrático, ainda mais em seu retorno à Avenida Presidente Vargas, o palco tradicional do evento. Aqui, resgatamos alguns dos principais valores cívicos, entre eles a dedicação e o respeito pela democracia”, declarou o governador.
São Paulo
Em São Paulo, o desfile aconteceu no Sambódromo da cidade. O evento começou pela revista às tropas, realizada na Avenida Olavo Fontoura, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o prefeito da cidade Ricardo Nunes, e oficiais generais das Forças Armadas.
A parada militar foi formada por integrantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira, Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana, na pista do Sambódromo. (Com informações das assessorias de governo e Agência Brasil)