Por: Gabriela Gallo

BRB nega relação com concessionária do Mané Garrincha para o Maracanã

O BRB pagou R$ 7,5 milhões para ter seu nome associado ao Mané Garrincha | Foto: Paula Reis/Flamengo

Na última semana, a concessionária Arena BSB, responsável pela administração e gestão do estádio Arena BRB Mané Garrincha, confirmou ao Correio da Manhã que participará da licitação geral para a administração do Maracanã, no Rio de Janeiro, nos próximos 20 anos. Os documentos e propostas de todos os interessados na concessão do estádio serão entregues em uma sessão Pública de Recebimento, marcada para o dia 7 de dezembro às 10h. Antes da licitação geral, o Maracanã continuará sob a gestão do Flamengo e do Fluminense até o final de 2024.

No caso do Mané Garrinha, a Arena BSB tem uma parceria com o Banco de Brasília (BRB), hoje envolvido em polêmica diante de supostos prejuízos após a decisão de patrocínio ao Flamengo e a criação do cartão Nação BRBFla. O BRB tem um contrato pelo qual pagou R$ 7,5 milhões para oficialmente o Mané Garrincha se chamasse Arena BRB e tivesse a marca do banco associado ao estádio. O contrato é chamado tecnicamente de “naming rights” (em tradução livre, direito pelo uso do nome).

O Correio da Manhã questionou o BRB se o banco, diante da parceria em Brasília, também estaria associado ao interesse da Arena BSB pelo Maracanã. Questionado pela reportagem, o Banco de Brasília reforçou que a única relação que o banco tem com o consórcio Arena BSB é o contrato de “naming rights”. O banco fechou um contrato de R$ 7,5 milhões para o Estádio Nacional Mané Garrincha ser nomeado como “Arena BRB Mané Garrincha”, até 2024. Além disso, o banco afirma que não responde pela administração e gestão do uso do estádio na capital federal.

Engajamento

A instituição financeira afirmou que a medida se trata de uma estratégia de engajamento e publicidade. Isso porque, na sua avaliação, qualquer jogo, show ou evento que for realizado terá o nome do banco divulgado sem custos adicionais para divulgação da empresa, publicidades ou propagandas. Eles citaram como exemplo o estádio Allianz Parque (São Paulo), antigo Arena Palmeiras ou Palestra Itália. Em 2013, a seguradora alemã Allianz fechou o contrato de naming rights e o estádio do Palmeiras passou a se associar à marca dessa empresa privada.

Com isso, o banco alega que o contrato com a Arena BSB foi vantajoso para ajudar a crescer e aumentar o número de contas abertas no banco público. De acordo com o último balanço do BRB, a instituição fechou o mês de setembro com 7,3 milhões de clientes. Segundo a instituição financeira, o banco está presente em 93% do território nacional. O Correio da Manhã, porém,pediu a íntegra do contrato de naming rights com a Arena BSB. Porém, até o fechamento desta edição, o contrato não havia sido enviado.

BRB Fla

Porém, umas das informações chama a atenção. Dos 7,3 milhões de clientes, “3,5 milhões são do Nação BRB FLA, plataforma digital lançada em parceria negocial e estratégica com o Clube de Regatas Flamengo”. O BRB é patrocinador do Flamengo e, no inicio do mês, se envolveu em uma polêmica envolvendo os clientes do cartão de crédito Nação BRB Fla.

A polêmica começou após o Banco Central considerar a receita lançada pelo BRB como irregular, com um registro contábil de diversas ações do banco inconsistente. Após a instituição determinar que o BRB refizesse os balanços de 2022 e de 2023, foi registrado um prejuízo de R$ 455 milhões em decorrência do cartão de crédito virtual para torcedores do Flamengo, time patrocinado pelo Banco de Brasília. O prejuízo acontece em razão da alta taxa de inadimplência dos cartões, ou seja, clientes que não pagaram suas dívidas.

O prejuízo causa preocupação, já que o BRB é um banco público de economia mista. Em outras palavras, ele é controlado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), mas é organizado sob a forma de banco múltiplo. Portanto, já que a instituição financeira trabalha com recurso de terceiros, ele tem que usar recursos do GDF para resolver o problema.

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