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Em entrevista, Vegetti analisa ano do Vasco e se rende à torcida

Vindo como a salvação para o ataque vascaíno, Pablo Vegetti demorou 'só' 16 minutos para cair nas graças da torcida | Foto: Leandro Amorim/ Vasco da Gama

Por Alexandre Araújo e Bruno Braz (Folhapress)

Vegetti chegou ao Vasco no último dia de janela de transferências. Apenas dois dias depois, marcou o primeiro gol e garantiu o que, àquela altura, era apenas a terceira vitória do time no Brasileiro. O "Pirata" logo caiu nas graças dos torcedores e se tornou um dos nomes na arrancada da equipe de São Januário contra o rebaixamento. Em um bate papo com a reportagem, o camisa 99 fala sobre a adaptação, a torcida Cruzmaltina e a briga contra a degola.

"A torcida do Vasco me impressionou já no primeiro contato. Poucas vezes vi uma torcida tão engajada e que ama seu clube. Fazer parte deste ambiente me motiva muito quando entro em campo", disse Vegetti.

Confira a entrevista completa:

PERGUNTA - Como tem sido sua adaptação e de sua família?

VEGETTI - "A adaptação ocorreu de forma tranquila. O Rio é uma cidade incrível, com uma população muito acolhedora. São poucos meses, ainda estamos nos habituando a alguns aspectos, mas, no geral, ocorreu sem grandes problemas. Estamos felizes morando aqui e eu atuando pelo Vasco."

P - Diferentemente de muitos estrangeiros, você chegou e rapidamente apresentou bons números logo em sua primeira temporada. A que deve isso?

V - "Sempre fui muito focado no trabalho e nunca me intimidei por desafios. Sabia da responsabilidade, do tamanho que é atuar em uma equipe como o Vasco. Fui muito bem recebido por todos, o que sem dúvidas contribuiu para meu rápido entrosamento e adaptação. Fico feliz que as coisas tenham fluido naturalmente e que consegui me encaixar bem mesmo com a temporada na metade.

P - O fato da torcida do Vasco ter adotado o seu gesto de pirata e isso ter virado até item de fantasia nos jogos em São Januário te surpreendeu?

V - "A torcida do Vasco me impressionou já no primeiro contato. Poucas vezes vi uma torcida tão engajada e que ama seu clube. Fazer parte deste ambiente me motiva muito quando entro em campo. Saber que meu estilo e minha comemoração causaram empatia com o torcedor me alegra, assim como o carinho que recebo desde que cheguei. A comemoração começou no Belgrano, porque tem essa coisa do pirata, que é uma marca do clube. Acabei repetindo aqui no Vasco, foi uma coisa que pegou e a torcida aqui adotou também essa alcunha."

P - Cano também foi um jogador pouco conhecido que chegou ao Brasil com idade parecida com a sua. Ele é um cara que te inspira?

V - "O Cano é um grande centroavante. Os números da carreira dele, sobretudo nas temporadas no Brasil, comprovam isso. É comum, na América do Sul, o jogador não ser reconhecido e acabar conseguindo isso em um outro centro. É um jogador que merece todo o respeito, mas cada um tem seu estilo. Tenho certeza que seguindo com esse comprometimento, também vou deixar minha marca no Vasco e no futebol brasileiro."

P - O Orellano está tendo um pouco mais de dificuldade de se adaptar. O que você pode dizer sobre ele?

V - "O Orellano é um garoto em desenvolvimento. Eu também sou uma pessoa mais reservada, mas com mais experiência que me dá segurança nesta mudança para um outro país. Existem jogadores que se adaptam a essa realidade mais rápido. Creio que o Orellano é um atleta de muito potencial, que aprendeu muito neste primeiro ano de Vasco. Sem dúvidas vai ajudar mais o elenco na próxima temporada."

P - Como é sua relação com o Medel e os outros estrangeiros?

V - "A minha relação com todos os jogadores é ótima. O Medel acabou chegando praticamente ao mesmo tempo que eu. A questão da cultura, às vezes do idioma, acaba juntando sempre os estrangeiros em um primeiro momento. Mas todos os jogadores do Vasco nos acolheram."

P - Como foi a experiência de jogar em São Januário e no Maracanã?

V - "São dois grandes estádios. O Maracanã icônico por seu misticismo, história que representa para o Brasil. É uma emoção única poder atuar nele. E São Januário é outro estádio com simbolismo forte. A ligação que ele tem com o Vasco e sua torcida é sentida desde que se pisa lá dentro. Um caldeirão. Então me sinto privilegiado de poder atuar nestes dois palcos na temporada."

P - Você respondeu à subida na bola que o Solteldo deu no jogo contra o Vasco...

V - Não acredito que o que ele fez contra nós, que estávamos em momento delicado, acrescentou alguma coisa. Quando atingimos o objetivo foi mais uma coisa interna do grupo, relembrando o caminho que passamos até chegar ali. Acabou tomando uma forma maior do que realmente foi para o nosso grupo o que fizemos ali no campo. Mas todos sabemos que o Soteldo é um grande jogador, um craque. Mas nosso foco sempre foi o Vasco e estamos felizes que no fim atingimos o nosso objetivo".

 

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