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Ceia de Natal deve ter mais carne, mostra pesquisa

Mesmo otimistas, consumidores afirmam estarem mais cautelosos com orçamento | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por Leonardo Vieceli (Folhapress)

Projeções indicam que o consumo de carnes, incluindo de aves, tende a crescer na ceia de Natal deste ano em razão de fatores como a trégua da inflação e a melhora da renda a partir da retomada do mercado de trabalho.

Isso, contudo, não elimina a preocupação do brasileiro com o bolso, conforme diferentes análises. Em uma tentativa de economizar, as famílias ainda devem recorrer a estratégias como marcas mais baratas de produtos diversos e divisão do preparo dos pratos da ceia.

"No final de ano, estamos falando de itens com valor agregado mais alto. Assim, o consumidor tem de fazer escolhas", afirma Anna Carolina Veiga Fercher, chefe de sucesso do cliente e insights da Horus, marca da Neogrid, que analisa dados de consumo.

Fercher avalia que um dos grupos que tendem a apresentar um consumo maior neste Natal é o das carnes, sob impacto de fatores como a trégua dos preços ao longo do ano e o desempenho do mercado de trabalho.

Conforme pesquisa da Horus com base em notas fiscais de pequenos varejos, atacarejos e super e hipermercados, os preços médios ponderados da carne de frango e bovina caíram em torno de 22,4% em outubro se comparados a igual mês de 2022. O levantamento não detalha os tipos de cortes.

Na carne suína, a redução foi de 1,4%. Os preços desses itens, contudo, costumam ser pressionados no final do ano com a demanda típica do período.

"A gente percebeu redução nos preços das proteínas animais. Muito provavelmente elas vão voltar a ser protagonistas da mesa de Natal", afirma Fercher.

Dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), apontam que o frango inteiro (-13,68%) e o pernil suíno (-1,40%) acumularam deflação (queda) no período de 12 meses até novembro.

O lombo suíno (0,06%) ficou praticamente estável nessa base de comparação, enquanto o bacalhau teve alta de preços (8,28%).

Levantamento recente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) apontou que 62% dos supermercadistas projetam alta no consumo para o Natal de 2023 em relação ao ano passado.

A elevação é aguardada apesar do aumento de 8,9% no preço de uma cesta de itens típicos da ceia. No ano passado, a elevação no custo havia sido maior (9,8%).

Ainda de acordo com a Abras, a expectativa do setor para o Natal é de crescimento de 10% no consumo de proteína animal, o que inclui aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, ovos, peixe, pernil, peru e tender.

Uma pesquisa da VR, empresa de benefícios como vale-alimentação, apontou que 70,3% dos entrevistados disseram que aves como peru e chester não podem faltar na ceia.

Cortes suínos (46,4%), incluindo pernil e tender, e bovinos (25,2%) apareceram na sequência. Havia possibilidade de mais de uma resposta para cada entrevistado. O levantamento consultou 474 pessoas.

A pesquisa conclui que "o que mais preocupa o brasileiro é o custo": 57,4% responderam positivamente para a pergunta.

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