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"Somos um mesmo povo e um só país"

Presidente defendeu restaurar a paz e a união entre amigos e famílias | Foto: Ricardo Stuckert

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou em pronunciamento de Natal na noite de domingo (24) os feitos do primeiro ano de seu terceiro mandato e defendeu que a paz e a união entre amigos e familiares seja restaurada. Lula afirmou que "o ódio de alguns contra a democracia deixou cicatrizes profundas e dividiu o país".

"Ao final daquele triste 8 de janeiro, a democracia saiu vitoriosa e fortalecida. Fomos capazes de restaurar as vidraças em tempo recorde, mas falta restaurar a paz e a união entre amigos e familiares. Meu desejo neste fim de ano é que o Brasil abrace o Brasil. Somos um mesmo povo e um só país", disse.

O presidente prometeu combate às fake news, à desinformação e ao discurso de ódio, além da valorização do diálogo. "Que no ano que vem sigamos unidos, caminhando juntos rumo à construção de um país cada vez mais desenvolvido, mais fraterno e mais justo para todas as famílias".

Colheita generosa

Lula voltou a dizer que 2023 foi um ano de reconstruir e de plantar, e afirmou que foram criadas condições para uma colheita generosa em 2024, destacando o retorno de políticas sociais como o Bolsa Família; o crescimento do Produto Interno Bruto, acima do esperado por economistas; e a geração de 2 milhões de empregos com carteira assinada.

"O salário mínimo voltou a subir acima da inflação e mais de 80% das categorias profissionais também tiveram aumento real. Aprovamos a igualdade salarial entre homens e mulheres. Trabalho igual, salário igual", lembrou.

O presidente também exaltou a aprovação da reforma tributária e a taxação dos super ricos e descreveu que o novo sistema corrige uma injustiça, fazendo quem ganha mais pagar mais imposto, e quem ganha menos pagar menos.

Nona economia mundial

A projeção internacional do Brasil no cenário internacional também foi ressaltada no pronunciamento de Natal. Segundo Lula, o país voltou a ser ouvido nos mais importantes fóruns internacionais, em temas como o combate à fome, à desigualdade, a busca pela paz e o enfrentamento da emergência climática.

Com o crescimento da economia, ele lembrou que o PIB brasileiro se tornou o nono maior do mundo, saindo da 12ª posição.

No pronunciamento, o presidente também defendeu que seu governo consolidou o papel do Brasil como potência mundial na produção de energia renovável e promoveu redução do desmatamento na Amazônia.

"Em 2024, vamos trabalhar fortemente para superar, mais uma vez, todas as expectativas", disse Lula, que afirmou que o Plano Safra 2023/2-24 é o maior da história, e que a Nova Política Industrial e o novo PAC vão gerar mais empregos e melhores salários.

MG sem Lula

Lula vai encerrar o seu primeiro ano de governo tendo percorrido milhares de quilômetros em diversas partes do Brasil e do mundo, mas sem ter pisado em oito estados brasileiros.

Conforme abordou os jornalistas Renato Machado e Marianna Holanda, da Folhapress, a ausência mais notória é Minas Gerais, chave para a sua vitória em 2022 e governado por um potencial adversário na próxima corrida presidencial, Romeu Zema (Novo).

O estado é o segundo mais populoso, com 20 milhões de habitantes, e o segundo maior colégio eleitoral. É considerado um espelho do resultado da eleição nacional. Em 2018, garantiu a vitória de Jair Bolsonaro (PL), mas, no ano passado, elegeu Lula com a votação mais acirrada do país.

Auxiliares palacianos admitem que há preocupação de visitar o solo mineiro, mas dizem que não foi possível neste ano.

Lula chegou a anunciar que iria a Minas Gerais para lançar obras do Novo PAC e soltou uma provocação para Zema e para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmando que faria eventos nesses estados com ou sem a presença dos governadores.

O presidente pretende mudar a rota no ano que vem e viajar pelo país, após críticas por estar distante, sobretudo em momentos de crise, como as tragédias no Rio Grande do Sul.

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