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Pesadelo vascaíno tem final feliz

Fora dos campos, a amizade entre Gabriel Pec e o carismático 'Pequeno Gui' sensibilizou o Brasil | Foto: Daniel Ramalho/ Vasco da Gama

Para o torcedor Vascaíno, 2023 tinha tudo para ser um ano de festa. Além da comemoração do centenário dos Camisas Negras, seria o primeiro ano do time na elite do futebol nacional com o aporte financeiro da 777 Partners. Porém, a melancolia teve início em 8 de janeiro, quando o maior ídolo do clube, Roberto Dinamite, faleceu aos 68, vítima de um tumor.

Enlutado, o torcedor viu o CEO Luiz Mello e o diretor de futebol Paulo Bracks torrarem R$ 115 milhões, o maior investimento da história do clube, em jogadores questionáveis que sequer terminariam o ano como titulares, enquanto o técnico Maurício Barbieri parecia afundar o time a cada nova rodada.

Na Copa do Brasil, a crise teve início com a eliminação precoce para o ABC, de Natal, em pleno estádio de São Januário. O jogo ficou marcado pela grande renda, mas pela baixa presença da torcida. O ex-CEO achou que seria uma boa ideia quadruplicar o preço dos ingressos de uma hora para a outra. A torcida protestou e respondeu, obrigando a diretoria a não repetir os valores abusivos.

Após um Carioca interessante, que terminou com a queda nas semifinais para o Flamengo, Barbieri adotou uma postura covarde de futebol, apostando num jogo defensivo que não dava resultados. Até houve um início promissor, com vitória sobre o Atlético-MG e empate com o Palmeiras, mas o que se viu depois foi de enojar qualquer apaixonado pelo mundo da bola.

Praticando um 'anti-futebol', o Vasco de Barbieri foi humilhado em campo diversas vezes, sendo a pior delas um 4X1 para o Flamengo. Para complicar ainda mais a situação, Barbieri falou em tom de deboche, após a derrota para o Santos, no dia das Mães, dando a entender que era normal o Vasco, voltando da série B, perder para um time que nunca foi rebaixado. Mesmo diante de tantos absurdos, a diretoria só demitiu o técnico na derrota para o Goiás, com 'quebra-quebra' em São Januário, quando o Vasco tinha apenas seis pontos em 11 jogos, na 19ª colocação.

Após a confusão da torcida no jogo contra o Goiás, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro emitiu uma nota repleta de conotações racistas e elitistas para manter São Januário fechado por três meses. Esse absurdo fez com que a torcida abraçasse o time. Diante da passividade e do clima insustentável, a 777 demitiu Luiz Mello e o novo CEO, o vascaíno Lúcio Barbosa, passou a trabalhar de forma competente.

Para tentar salvar o time, chegaram reforços de peso, como Gary Medel, Pablo Vegetti e Dimitri Payet. Mas o verdadeiro responsável por salvar o ano foi o técnico Ramon Diáz, vice-campeão do mundo, que comprou o projeto e, sob a promessa de que o 'Vasco no vá a bajar', imprimiu estilo de jogo e conseguiu fazer com que o Vasco ficasse na Série A mesmo tendo chegado a 90% de probabilidade de ser rebaixado.

Para 2024, o Vasco terá um novo aporte milionário, demitiu Paulo Bracks e trouxe Alexandre Mattos. O técnico Ramon Diaz também renovou seu contrato até 2025 e agora quer comandar a caravela vascaína rumo a novos tempos de glória.

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