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O ano em que o Tricolor encantou a América

Fluminense conquistou a Libertadores no Maracanã, exorcizando o trauma de 2008 da forma mais espetacular possível | Foto: Marcelo Gonçalves/ Fluminense FC

Por Pedro Sobreiro

Talvez nem o mais otimista Tricolor sonhasse com um ano tão espetacular do Fluminense como foi 2023.

Consumando um projeto ousado, e muitas vezes criticado, do presidente Mario Bittencourt, o Tricolor fez maiores investimentos e enfim colheu os frutos da aposta no estilo de jogo revolucionário do técnico Fernando Diniz. O treinador teve tempo para trabalhar seu estilo de 'jogo bonito', resgatando aquele futebol romântico dos anos 80, e mais do que isso, trabalhou o lado humano de seus jogadores.

Seu desempenho foi tão considerável que levou a CBF a contratá-lo como técnico interino para assumir a Seleção Brasileira paralelamente ao Fluminense.

Dentro de campo, o ano começou com uma notícia que surpreendeu até mesmo o artilheiro Germán Cano. Na reta final do mês de fevereiro, o lateral-esquerdo Marcelo, ex-Real Madrid, acertou sua volta para as Laranjeiras. Ele se juntou ao atacante Keno, que havia sido anunciado no finalzinho de 2022 e acabaram se tornando peças fundamentais nesse ano.

Mas talvez o maior reforço para a temporada tenha sido a volta do jovem John Kennedy. Envolvido em polêmicas por porte de drogas, o rapaz foi emprestado para a Ferroviária, de São Paulo, onde não conseguiu o rebaixamento da equipe no Paulistão, mas se destacou com belos gols.

De volta ao clube em março, JK passou a ter acompanhamento psicológico especial e ganhou atenção de Diniz, que colocou a cabeça do garoto no lugar, fazendo dele peça fundamental na temporada.

Dessa forma, o Fluminense começou 2023 com uma campanha espetacular no Campeonato Carioca mais disputado dos últimos anos, com direito a um gol antológico de Cano contra o Vasco, seu ex-clube, e uma goleada de 4X1 no Flamengo, coroando o bicampeonato Carioca.

No Brasileirão, o time oscilou, mas fez boa campanha. Na Copa do Brasil, chegou até oitavas, quando foi eliminado pelo Flamengo. Só que nada disso importou para o torcedor, que pôde enfim soltar o grito entalado desde 2008, com a conquista da primeira Libertadores de sua história. E quis o destino que fosse justamente no mesmo palco da derrota para a LDU: o Maracanã. Durante a campanha, o Flu goleou o River Plate por 5X1 e pôde erguer a tão sonhada taça, em casa, contra o Boca Juniors, adversário batido por 2x1, com gols de German Cano e John Kennedy.

Em dezembro, chegou à final do Mundial de Clubes, mas não foi páreo para o bilionário Manchester City de Pep Guardiola. Mas isso é detalhe, porque agora as atenções se voltam para a Recopa Sul-Americana, em que tentará exorcizar o 'Fantasma da LDU', para montar um elenco que tente defender o título na Liberta 2024 e para o Supermundial da FIFA, de 2025, para o qual já está classificado.

Um ano mágico que jamais sairá da memória dos tricolores.

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