Por Redação
No caso dos influencers, estes se encontram mais em alta na esfera policial, servindo de 'instrumento útil' (como é o caso de artistas de grande apelo popular, como Amado Batista) para enganar investidores incautos, vítimas de golpes, por acreditarem na contratação de falsos ganhadores, prêmios fictícios, cuja entrega não passava de fachada estelionatária.
Na Operação Las Vegas, empreendida, nessa segunda-feira (8) nos estados de Goiás (Anápolis e Goiânia) e Mato Grosso, o Grupo Especial de Investigação Criminal (Geic) de Anápolis (GO) prendeu nove pessoas, associadas a golpes com falsos prêmios de capitalização, que vão responder pelos crimes de estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa. Desse modo, foram cumpridos, além de mandados de prisão, busca e apreensão de artigos de luxo (carros importadose relógios de marca).
Na oportunidade, o delegado responsável pelo caso, Luiz Carlos da Cruz comentou: "Identificamos um possível ganhador, que apresentava um comprovante nas redes sociais. Esse comprovante era de um banco da Caixa Econômica Federal. Nós consultamos a Caixa e verificamos que esse ganhador se quer é cliente do banco. Verificamos que essa conta se quer era daquela pessoa. A agência e conta estavam atreladas a um dos sócios desse conglomerado empresarial".
Como resultado das diligências, Cruz comentou que o grupo criminoso, na verdade, fazia parte de "um conglomerado empresarial, formado por, no mínimo quatro empresas, todas com o mesmo objeto social. Vendiam títulos de capitalização e prometiam prêmios, desde prêmios de R$ 1 mil até prémios altos, de R$ 700 mil", completou o delegado. Como saldo da operação, além dos nove mandados de prisão, foram cumpridos 16 mandados de busca, feito o sequestro de oito veículos, seis imóveis e mais R$ 27 milhões apurados pelo grupo criminoso,no período de três anos.
Confiança renovada
Pelo menos por enquanto, a percepção dominante do mercado é no sentido de que fatores positivos, como os cortes de juros (vide Selic, taxa básica de juros) e a adoção das reformas econômicas, deverão renovar a confiança dos investidores, em favor de modalidades que conjuguem mais rentabilidade com maior risco, como é o caso dos fundos multimercados, de ações e de renda fixa. A palavra de ordem aqui é diversificar, com o objetivo de auferir remuneração superior à Selic.
Dentro desse cenário, ainda 'cauteloso', a atratividade se voltaria para papéis de renda fixa que 'acenam' com isenção do imposto de renda, uma vez que, no ano passado, a 'folga monetária' iniciada pelo Banco Central (BC) foi mais lenta que o esperado, o que contribuiu para que a 'percepção' de risco se mantivesse elevada por meses a fio. Apesar disso, o destaque entre os fundos coube às Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), cujo volume de aplicações financeiras subiu 41%, para R$ 330,1 bilhões.
Avalanche de retiradas
Para o professor de Finanças do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), Gilberto Braga, a 'avalanche' de retiradas pode estar associada ao "uso de recursos guardados, sob a forma de reserva financeira familiar, para fins de aquisição de itens e recomposição dos orçamentos domésticos". Segundo ele, outro fator para a 'debandada' dos fundos seria a 'lentidão' da queda da inflação.
Ainda sobre o desempenho dos fundos, Braga considerou um 'exagero' o entendimento que a atuação dos chamados 'influencers digitais' colocaria em risco a estabilidade do mercado de capitais. "É uma questão que preocupa, mas a CVM [Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado de capitais] está lidando com isso. Falar em risco é um exagero", ponderou.
Questionado pela expressão 'exagero', o mestre do IBMEC argumentou "que a indústria de fundos é muito grande, sem falar na B3 [a bolsa brasileira]. Logo, os influencers precisam de regulação, mas não chegam a colocar um risco o mercado de capitais. Em temos gerais, a atuação é limitada, embora possam afetar uma quantidade significativa de pessoas, sob ponto de vista de suas finanças pessoais".
Embora saliente que, na qualidade de "reguladora do mercado, a CVM já dispõe de uma regulação específica para essas pessoas (influencers), Braga admite que "muitas delas não são registradas e suas recomendações podem oferecer riscos aos seus seguidores". Como medida preventiva, ele aconselha aos potenciais investidores que chequem, antes, "a regularidade dosinfluencers como consultores de investimentos no site da CVM, assim como dos ativos que recomenda. No caso de fundos, conferir o registro do fundo, do administrador e do gestor".