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O sonho ainda não acabou!

Marta se tornou a primeira atleta ainda em atividade a dar nome a uma premiação da FIFA | Foto: Thais Magalhães/CBF

A jogadora brasileira Marta, de 37 anos, foi homenageada na última segunda-feira (15) durante a cerimônia de premiação The Best, da FIFA (Federação Internacional de Futebol), que elege os melhores jogadores da temporada.

E a melhor parte é que a maior de todas se mostrou disposta a disputar mais uma edição dos Jogos Olímpicos.

Com a surpresa, Marta se tornou a primeira atleta, entre homens e mulheres, a receber uma homenagem desta magnitude da FIFA ainda em atividade. A entidade máxima do futebol anunciou também que a jogadora brasileira vai batizar o prêmio que passará a ser entregue para a autora do gol mais bonito do futebol feminino.

"É sempre difícil subir neste palco e não se emocionar", afirmou Marta, esforçando-se, sem sucesso, para conter as lágrimas. A viúva de Pelé, Márcia Aoki, esteve presente no palco e entregou um troféu em homenagem a Marta por sua contribuição ao futebol.

Uma série de imagens da jogadora no início da carreira e defendendo a Seleção Brasileira foram reproduzidas no telão, em parte da cerimônia dedicada ao futebol feminino. As premiações em todas as 11 categorias foram entregues por mulheres.

Coube à própria Marta entregar o troféu à meio-campista espanhola Aitana Bonmatí, eleita a melhor jogadora da temporada 2022/23.

"O que a gente busca diariamente é buscar fazer com que o mundo seja melhor para todos, sem distinção, é buscar igualdade, respeito", disse Marta.

Ela acrescentou que a homenagem é uma motivação para continuar buscando evoluir. "Estamos em um ano de Olimpíada. Quem sabe não jogar mais uma?", afirmou a jogadora, referindo-se aos Jogos Olímpicos de Paris, que serão disputados entre junho e julho.

Defendendo desde 2017 o Orlando Pride, dos Estados Unidos, ela foi eleita seis vezes a melhor do mundo pelo prêmio da FIFA - em 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018. É a mulher que mais vezes venceu a premiação. A ex-jogadora alemã Birgit Prinz é a segunda maior vencedora, com três conquistas consecutivas, entre 2003 e 2005.

Pela Seleção Brasileira, Marta é tricampeã da Copa América (2003, 2010 e 2018) e bicampeã nos Jogos Pan-Americanos (2003, em Santo Domingo, e 2007, no Rio de Janeiro). Nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, e de 2008, em Pequim, a jogadora conquistou a prata com a seleção brasileira.

Ela também ficou com o vice-campeonato na Copa do Mundo, em 2007. A alagoana do pequeno município de Dois Riachos é a maior artilheira em edições do Mundial, entre homens e mulheres, com 17 gols em cinco participações desde 2003. Em seguida vem o alemão Miroslav Klose, com 16 gols.

Em entrevista concedida no tapete vermelho antes do evento, realizado em Londres, a melhor jogadora brasileira da história não descartou um retorno ao futebol do país.

"Nunca descartei essa possibilidade", afirmou Marta, que foi revelada pelo Vasco da Gama e ainda jogou pelo Santa Cruz no início da carreira, em meados dos anos 2000. Ela também atuou pelo Santos, com o qual venceu a Copa Libertadores e a Copa do Brasil, em 2009.

"Vem crescendo bastante o futebol feminino", acrescentou a craque, que fez menção ao recorde de público em um jogo de futebol feminino no Brasil em 2023, na final do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Ferroviária, acompanhada por cerca de 42 mil torcedores na Neo Química Arena, o estádio do Corinthians.

"É muito gratificante ver que a gente está andando para a frente, colhendo frutos", disse a jogadora.

Despedida

Em 2023, Marta fez sua despedida das Copas do Mundo, mas guardou mágoa. Em entrevista ao ge.com, a brasileira criticou a técnica sueca Pia Sundhage, e disse ter sido escalada fora de posição nos poucos jogos que disputou no Mundial da Austrália.

"Eu joguei pouco, e o pouco que joguei não foi na posição que ela sempre disse que estava me levando. Não houve sinceridade com algumas coisas. Gostaria que quando fosse utilizada, colocada em campo, fosse colocada da maneira que eu sempre joguei. O Mundial foi bastante frustrante, eu imaginei que eu poderia ter vivido de uma maneira diferente", disse.

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