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Surrealismo em 'Pobres Criaturas'

Emma Stone dá show em drama surrealista | Foto: Divulgação/ Atsushi Nishijima

Por Pedro Sobreiro

Filme mais concorrido do Festival do Rio 2023, 'Pobres Criaturas' chega aos cinemas com um conto surrealista sobre a autodescoberta da sexualidade feminina protagonizado por uma personagem pra lá de polêmica, mas brilhantemente interpretada por Emma Stone, que desponta como a favorita ao Oscar de Melhor Atriz, sendo 'ameaçada' por Lilly Gladstone, que também foi visceral em 'Assassinos da Lua das Flores'.

A trama acompanha um médico que é brilhante na mesma proporção que é inescrupuloso. Ele quer reviver uma mulher utilizando uma técnica desumana. Para a surpresa de todos, o processo funciona e Bella (Emma Stone) ganha vida. A partir daí, ela vira uma criança vivendo em um corpo adulto. Ao mesmo tempo que sua beleza encanta golpistas da região, sua inocência fala mais alto, mostrando o caráter dúbio de quem ousa se envolver e se aproveitar dela.

O longa é dirigido por Yorgos Lanthimos, responsável por alguns dos filmes recentes mais criativos e geniais, como 'O Lagosta' e 'O Sacrifício do Cervo Sagrado'. E aqui não é diferente. Ele constrói outra obra sensacional e complexa, apoiada por uma fotografia espetacular que acompanha a jornada de sua protagonista, que começa em preto e branco, e vai ganhando cores conforme Bella aprende como funciona o mundo.

Durante as mais de 2h20 de duração, o público pode ver atuações colossais de Emma Stone, Willem Dafoe e Mark Ruffalo, enquanto a trama de perda da inocência, da maldade humana, da irrelevância da vida e da descoberta de uma protagonista que aprende a traçar seus caminhos como melhor entender tomam conta de um filme incômodo, fascinante e instigante. É mais uma obra magnífica de Lanthimos.

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