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Sambódromo pronto para receber as escolas de samba

Evento acontece desde 2011 e reúne diversos membros da cultura religiosa e das escolas de samba do Rio e Grande Rio | Foto: Alexandre Macieira/ Riotur

O último fim de semana de ensaios técnicos na Marques de Sapucaí contou com um elemento especial: a tradicional lavagem do Sambódromo. O rito ecumênico reúne diferentes grupos religiosos, como católicos, umbandistas e candomblecistas. Além deles, mestres sala, porta-bandeiras, baianas, integrantes da velha guarda e crianças das escolas-mirins. Tudo ao som de atabaques, cânticos de candomblé, rezas, danças e pontos de roda. O ponto alto da lavagem é a entrada da imagem de São Sebastião, seguida de uma bênção feita por um padre católico. O rito acontecia esporadicamente, mas, desde 2011, passou a ser feito todo ano, reunindo lideranças de diversos grupos religiosos.

Logo após a lavagem, feita no sábado (3), Beija-Flor, Grande Rio e Vila Isabel levaram para a Avenida um gostinho do que planejam apresentar este ano. E no domingo (4), foi a vez de Mocidade, Viradouro e Imperatriz, atual campeã, desfilar pela Passarela do Samba do Rio de Janeiro, que completa 40 anos de existência.

Homenagens

No sábado (3), o prefeito Eduardo Paes homenageou o ex-governador Leonel Brizola, o professor Darcy Ribeiro e o arquiteto Oscar Niemeyer, os três grandes responsáveis pela Marques de Sapucaí. Foram entregues placas e quadros comemorativos a parentes desses brasileiros que até hoje contribuem para a cultura da cidade e do país. A iniciativa ocorreu pouco antes da tradicional lavagem. José Ronaldo Cunha Ribeiro, Brizola Netto e João Niemeyer representaram as famílias dos homenageados.

"Qualquer pessoa aqui nesse ambiente, nesse lugar incrível, de momentos incríveis, entende o que vou dizer. É um espaço que sintetiza o Rio de janeiro, que tem um pouco dessa bagunça organizada que é importante, tem essa questão da manifestação popular, das nossas origens, de um Brasil que não se esconde, que não tem vergonha de ser o que é, homenageando esses três grandes brasileiros. Tem um samba do Nelson Cavaquinho que diz isso. Depois que me chamar saudade, não preciso de vaidade, quero preces e nadas mais. O sujeito quer homenagem em vida. Jogaram flores, mas não o suficiente, então a gente vai jogando flores para eles todos os dias. Viva Brizola, viva Darcy, viva Oscar Niemeyer e, viva acima de tudo, o Rio de Janeiro, o melhor de todos os lugares", disse Paes.

A história começou quando as escolas de samba tiveram que encontrar um novo espaço para seus desfiles que aconteciam anualmente pelas avenidas do centro. Foi quando Darcy, vice-governador na época, encomendou ao arquiteto Oscar Niemeyer um projeto que concretizasse esse desejo. A obra, que começou em 1983 e foi entregue em 1984, teve participação de 2.690 operários, que trabalharam incansavelmente 24 horas por dia para dar vida ao projeto. O Sambódromo foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se estabeleceu como um marco cultural da capital fluminense.

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