Por Roberto Dias (Folhapress)
Abrigar uma das mais conhecidas paisagens naturais do planeta é ótimo, mas não suficiente. Foz do Iguaçu quer mostrar que há muito mais a fazer por lá.
Há mesmo, e haverá mais ainda.
A cidade de 285 mil habitantes no oeste paranaense vem incrementando nos últimos anos as opções para quem a visita. Segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Foz, duas décadas atrás a média de permanência dos turistas na região era de 1,5 dia. Com as atrações criadas, a permanência atual gira em em 3,5 dias, e o objetivo é estendê-la para 7 dias na média.
Presença regular entre os cinco destinos mais visitados por estrangeiros no Brasil, Foz ganhou há três anos uma roda-gigante de 88 metros, mesmo tamanho da do Rio, e um parque temático, o Wonder Park, que tem entre seus atrativos um museu de veículos conhecidos do cinema e da TV.
Para o ano que vem, está prevista a inauguração de um aquário de 23 mil metros quadrados, com foco nas bacias hidrográficas do Iguaçu e do Paraná.
A usina de Itaipu quer ampliar o acesso de visitantes, diminuindo restrições que vêm da época da formação do lago, em 1982. "Uma das oportunidades é o turismo náutico, respeitando as leis ambientais, a questão da segurança nacional", diz Enio Verri, diretor-geral brasileiro de Itaipu. "Há estudos bastante avançados na equipe técnica vendo até onde dá para liberar."
Na alta gastronomia, foi inaugurado no mês passado o restaurante Y, comandado pelo chef Luiz Felipe Souza, do Evvai, de São Paulo. A proposta é de fazer uma releitura de clássicos nacionais, tendo como resultado pratos como a feijoada verde e o camarão-carabineiro na brasa com moqueca capixaba, idealmente harmonizados com vinhos da região Sul. O menu degustação sai por R$ 495.
O restaurante fica no Hotel das Cataratas, logo diante das cachoeiras. O parque em si também vai ganhando melhorias tanto internas, em decorrência da concessão feita há dois anos, quanto no acesso, com ampliação da rodovia externa.
Quem deve ser revitalizado ainda neste ano é o Espaço das Américas, no Marco das Três Fronteiras, de onde se pode ver a foz do rio Iguaçu e o encontro dele com o rio Paraná.
Na região central de Foz, o Bosque Guarani, antigamente um zoológico, foi transformado em parque e agora entrou em processo de concessão. Fora do centro, está o Parque das Aves, atração tradicionalíssima da cidade que ocupa 16 hectares de mata atlântica restaurada e vive constante processo de melhoria em suas três décadas de existência.
Também entre as atrações já mais antigas, vale tomar nota do Museu de Cera, do Vale dos Dinossauros e do passeio de helicóptero sobre as cataratas.
Entre as novidades de infraestrutura de transporte, estão as obras em andamento no aeroporto, para aumentar o tamanho de sua pista. Outra mudança importante é no acesso ao Paraguai quem vai fazer compras no país vizinho sabe que as as filas na aduana são uma preocupação primária. A ponte da Amizade, que liga Foz a Ciudad del Este, está saturada, e a espera pode não raro superar uma hora. Uma nova ponte, a da Integração, está construída, mas as obras de acesso a ela ainda não.
As compras também ficaram facilitadas do lado brasileiro da fronteira quatro lojas de duty free foram abertas desde 2020.
A cidade é ainda um importante centro para o turismo religioso, destacando-se a mesquita islâmica que reestruturou a recepção aos visitantes após uma reforma e passou a cobrar ingresso, a igreja matriz católica que comemora seu centenário no mês que vem e o templo budista construído há quase 30 anos por comunidades chinesas da Tríplice Fronteira.
Há uma negociação importante em andamento no front cultural. Discute-se a abertura em Foz de uma unidade do Centro Pompidou, museu francês de arte moderna e contemporânea que é uma das principais atrações de Paris.
*O jornalista viajou a convite do Hotel
das Cataratas