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Festa junina: e quando a criança não quer dançar?

A educadora parental Priscilla Montes explica como agir em caso de recusa das crianças | Foto: Reprodução

Com a chegada do mês de junho e com ele a festinha junina anual promovida pela maioria das escolas, alguns pais já começam a se perguntar como será a reação do filho, se vai dançar ou se na hora da apresentação, ao olhar aquela plateia, vai travar.

Não tem jeito, escolher a roupinha, arrumar o cabelo, fazer pintinhas ou bigode na Festa Junina são lembranças que fazem parte da vida de muita gente que deseja repetir tudo isso, mas agora no papel do adulto. Aí é que está o problema: essa é uma expectativa dos pais, que não necessariamente vai ser correspondida pela criança. O que fazer, então, se ela bater os pezinhos e disser que não quer dançar?

Priscilla Montes, educadora parental certificada pela Positive Discipline Association (PDA) e pós-graduanda em Neurociência e Desenvolvimento Infantil pela PUC-RS, pontua que no primeiro momento é necessário acolher e procurar entender os motivos, notar algum sinal de alerta e já ir conversando bastante com essa criança, procurando sempre deixá-la à vontade para que pais e filhos possam curtir as festas juninas, sendo um momento prazeroso todos.

Vamos às dicas:

Acolher e procurar entender os motivos

Podem acontecer duas situações diferentes: a criança se recusar a participar da dança desde os ensaios ou "travar" na hora de subir no palco. Em geral, o segundo caso acontece mais com os pequenos e é comum, já que eles se veem em uma circunstância nova e ficam assustados. Já o primeiro cenário pede a atenção de pais e professores para avaliar se há algo a mais se passando com a criança.

"É um tema muito recorrente e que deve ser sempre abordado, conversado. Algumas crianças conseguem expor os sentimentos e falam que não se sentem confortáveis. Isso é maravilhoso e os pais precisam validar o que está sendo exposto e colocado pela criança. É um ponto super positivo e os pais só precisam acolher, entender", alerta Priscilla Montes.

Os ensaios são momentos de descontração e conversar com a criança diariamente ajuda, faz uma diferença e dá um incentivo a mais para o grande dia da apresentação.

Sinal de alerta

Se os pais notarem esse tipo de recusa de forma intensa, vale uma conversa na escola para procurar entender se há situações relacionadas a bullying ou se o pequeno demonstra dificuldades de interação social - e aí, certamente, a recusa da dança será apenas um fator entre outros já observados pelos professores. Nesse caso, isso pode servir como alerta de que é interessante buscar acompanhamento psicológico em um trabalho aliado aos profissionais do próprio colégio. "É importante verificar se é uma questão pessoal da criança ou se está com vergonha por conta de alguma fala de um amiguinho. Precisa ser avaliado com muito cuidado, tendo uma ajuda da escola", explica a educadora parental.