O cortejo começou no domingo passado. Além das grandes atrações da Música Popular Brasileira, como Fagner e Alceu Valença, Barbalha virou um caldeirão cultural com apresentações ao redor da igreja, incluindo reisados, grupos católicos com vestimentas medievais, mascarados, mulheres lindas com perna de pau, capoeiristas, e quermesses para animar e dar ainda mais vida a este momento, que marca a abertura dos festejos juninos em todo o Nordeste.
A celebração realizada pelo carismático Padre Monteiro no Largo da Matriz demonstrou a grandiosidade da fé do nosso povo, que nutre esperança para um mundo melhor. O lado romântico das comemorações é a tradicional Noite das Solteironas, que aconteceu com muita música e calibrina no último sábado e foi até o dia de Santo Antônio, nesta quinta-feira, 13 de junho.
Foram instalados quatro palcos e três ilhas musicais simultâneos que circulam pela cidade. A Praça da Estação contou com apresentações dos melhores músicos genuínos do Nordeste. A Ilha do Calçadão recebeu Jones do Acordeon, Gilvan Sanfoneiro e Samuel Cantor. Na Ilha Pinto Madeira, a festa foi comandada por Vandeci do Acordeon, Thiago Bom di Xote e Cícero Sanfoneiro. Na Ilha Senador Alencar, tiveram Edson Bom de Farra, Forrozão K com Nós e Vicente Neto. O palco do Marco Zero foi animado por Lucy Alves, Fábio Carneirinho, Casaca de Couro e Maninho. A folia da Rua da Matriz contou com Leonardo Luna, Silvano Sanfoneiro, Os Cabras de Lampião e Joquinha Gonzaga.
Se apresentando durante esta semana, o Forró do Mourão voltou após 7 anos sem ser realizado. Na quarta, 5, foi celebrada a Noite do Forró no Parque da Cidade, concentrando todas as apresentações dos dias seguintes. O evento contou com shows de João Gomes, Deavely, Paulo Breno e Jeffin Cantor. Na segunda, 10, a animação continuou com Henry Freitas, Henrique Cantor, Arturzinho e Gabi Farra. Na terça, 11, a noite foi recheada de muito samba e pagode com Ferrugem, Renatinho, Henrique Farra, Grupo Às Vezes é Diferente e Allanzinho. No Dia dos Namorados, 12, os casais puderam curtir o som de Vanessa da Mata, Ney Alencar, Good Vibes e Guga Brito. O encerramento das festividades aconteceu nesta quinta, com shows de Rosa de Saron e Pagode Louvação.
A cultura nordestina em Juazeiro do Norte, com manifestações de forró, baião e xote, continua vibrante até hoje, refletindo o estilo de vida nordestino. Esses ritmos animam os arrasta-pés e as festividades das comunidades locais, carregando influências das raízes indígenas, africanas e europeias. Para apreciar as maravilhas de Juazeiro do Norte, você precisará gastar cerca de R$ 3.500,00 em passagens aéreas. No entanto, a alimentação é consideravelmente mais barata em comparação com os grandes centros do Rio de Janeiro e São Paulo.
Referência mundial
A cultura popular de um povo muito orgulhoso é uma referência mundial da história milenar contada no Chapadão do Cariri. Esse povo resistiu à ditadura e ainda enfrenta o descaso com a falta de saneamento, saúde, mobilidade e voos diários a preços acessíveis, o que permitiria ao resto do país conhecer a riqueza de uma gente que teve Lampião, Padre Cícero, Suassuna, João Cabral e tantos outros brasileiros que inspiram os músicos populares do Brasil.
O Brasil não conhece o Brasil. Chama de pau de arara quem construiu a nossa terra. Gente que não leu Mario de Andrade e não conhece a fonte do Suassuna e nem consegue assistir Alceu Valença ser ovacionado em seu show em Barbalha.
Do Juazeiro sai a força da nossa resistência
As mulheres que mandam no Nordeste, como Shirley Pinheiro França, mãe de oito filhos, incluindo dois casais de gêmeos, agregam, reúnem, mediam e ensinam. Shirley vive da arte há 47 anos, ao lado do mestre Carlos Gomide, com quem foi casada e continua unida pelo amor à arte e ao trabalho. Hoje, já está na terceira geração de filhos na Carroça de Mamulengos, um projeto que integra os próprios filhos no trabalho e na educação. Quase todos escrevem, andam de perna de pau, dançam e interpretam, em apresentações pelo Brasil e pelo mundo, como em Moçambique, França e Holanda.
