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Águas do Rio inicia reforma em estação de esgoto de Copacabana

Operação vai durar cerca de seis meses e melhorar o escoamento para o Emissário de Ipanema | Foto: Divulgação

A Estação Elevatória de Esgoto Parafuso, uma das estruturas mais importantes para o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário da Zona Sul carioca, entra numa nova fase de seis meses de reformas. As obras irão recuperar a estrutura interna e o sistema de bombeamento da estação, que se deterioraram com o tempo por causa da maresia e dos gases provenientes dos próprios dejetos.

Situada no canteiro central da Avenida Atlântica, na altura do Posto 5, a elevatória é responsável por encaminhar todo esgoto coletado pelo Interceptor Oceânico, e encaminhá-lo em direção ao Emissário Submarino de Ipanema, por meio de quatro bombas do tipo parafuso, cada uma com 2,5 metros de diâmetro e 12 metros de comprimento. Os trabalhos vão ocorrer a oito metros de profundidade e fazem parte das ações de recuperação do sistema de esgotamento sanitário da capital.

"Em 2021, logo após assumirmos as operações, instalamos novos exaustores para eliminar o mau cheiro que exalava da estação e também modernizamos equipamentos. Hoje, a unidade é monitorada remotamente, 24 horas por dia, pelo nosso Centro de Operações Integradas, situado na Zona Portuária. Agora, esta segunda fase inclui a recuperação do concreto da laje de cobertura das câmaras que recebem o esgoto e dos parafusos metálicos de grande porte que servem para bombear os dejetos a cerca de nove metros de altura", explicou José Maria Vaz, coordenador de Operações da Águas do Rio.

Mitigar mau cheiro

Muito planejamento e logística serão necessários para realizar as obras nos próximos meses. Para minimizar o impacto da abertura da estação na Praia de Copacabana, serão instaladas torres de centrifugação que lançam no ar uma solução que neutraliza o mau cheiro natural dos esgotos.

Até dezembro, os outros três parafusos passarão pelo mesmo processo. Será a primeira vez, desde os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, que as peças, com mais de 50 anos de existência e operação, serão removidas para restauração. Este processo não afetará o funcionamento da elevatória, já que normalmente ela opera com duas das quatro bombas, mantendo as outras duas como reserva estratégica.

Nos dias agendados para içamento das peças e colocação na carreta, a CET-Rio realizará a interdição de uma faixa da Avenida Atlântica por algumas horas.

A Estação Parafuso é o trecho final do Interceptor Oceânico, túnel de 9 km de extensão que coleta grande parte do esgoto entre o bairro da Glória e Posto 5 e o direciona ao Emissário de Ipanema.

Em 2022, após 52 anos sem limpeza e manutenção, cerca de 3 mil toneladas de resíduos foram removidas, permitindo que o coletor operasse em sua capacidade máxima. Essa intervenção foi fundamental para prevenir extravasamentos e contribuir para a melhoria da qualidade da água das praias, como as do Flamengo, Botafogo e Urca.

Manutenção

Para a execução das obras, a Águas do Rio recebeu a autorização do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) para a remoção das pedras portuguesas da calçada no local da estação, que serão recolocadas durante a conclusão do trabalho por calceteiros especializados.

A novidade é que o layout a ser refeito será o da paginação original, realizada pelo paisagista Roberto Burle Marx, na década de 1970, responsável pelo desenho do famoso calçadão, que já não constava mais no local.

 

Obras em redes de água de 20 bairros cariocas

Obras fazem parte do sistema de recuperação da distribuição de água no Rio | Foto: Divulgação

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Concessionária já investiu R$ 2,7 bilhões em melhorias | Foto: Divulgação

Feitas à base de ferro fundido, tubulações antigas e com estruturas comprometidas, fato que dificulta a distribuição de água, estão sendo substituídas pela Águas do Rio na Zona Norte carioca. A concessionária mapeou os locais onde as redes deterioradas impactam o abastecimento de cerca de 12 mil pessoas e deu início às obras. Elas serão executadas em 20 bairros da região, e a previsão é que sejam concluídas até abril do ano que vem.

Considerada a primeira etapa de uma série de iniciativas semelhantes, a troca das tubulações beneficiará os bairros de Cordovil, Irajá, Vigário Geral, Parada de Lucas, Penha, Brás de Pina, Olaria, Jardim Carioca, Piedade, Rocha, Méier, Sampaio, Cachambi, Honório Gurgel, Guadalupe, Bento Ribeiro, Cascadura, Pavuna, Marechal Hermes e Parque Anchieta.

As obras fazem parte do trabalho de recuperação do sistema de distribuição de água em toda a área de operação da concessionária, que, em dois anos e meio, implantou e substituiu quase mil quilômetros de tubulações. Na Zona Norte da capital, Fábio Dias, gerente de Serviços da empresa, detalhou o que vem sendo feito:

"Partimos de um diagnóstico que mapeou, para esse primeiro cronograma, os locais com maior recorrência de reclamações por baixa pressão no abastecimento. Estamos instalando tubos de PVC, que são mais resistentes e não sofrem corrosão com o tempo. São reparos em trechos pontuais, mas que, por estarem totalmente obstruídos, representam um benefício imenso para o fluxo de água tratada que chega até as casas", ressalta.

Melhorias

A cabeleireira Elisabeth da Silva Gomes, de 56 anos, tem motivos para comemorar, já que a casa onde mora, na Rua Iranduba, em Cordovil, foi uma das primeiras a ter o fornecimento regularizado. Refém da bomba d'água há pelo menos 15 anos, ela comentou a situação:

"Às vezes a pressão ficava bem fraquinha. Uma vez eu estava lavando o cabelo de uma cliente, e a água acabou. Precisei pedir ajuda de um vizinho com um balde. Hoje não passo mais perrengue, minha água está ótima, e o abastecimento está bom todos os dias", comemora.

Ivani José, de 62 anos, moradora da Rua Divinópolis, em Bento Ribeiro, relata que a vida mudou depois que a empresa fez reparos na região.

"Durante meses eu precisei comprar água para beber. Para lavar roupa, eu enchia galões com mangueira e armazenava para usar depois. Depois da obra, o abastecimento finalmente está voltando a ser como era. Estamos tendo uma vida normal agora", desabafa.

Mais água no sistema

Além da troca de tubulações antigas, a Águas do Rio atua na Zona Norte implantando válvulas inteligentes em pontos estratégicos da rede de fornecimento de água. Os equipamentos servem para separar as tubulações em trechos menores, além de monitorar e ajustar automaticamente o fluxo de água de acordo com a demanda específica de cada região.

Desde que entrou em operação, a concessionária investiu R$ 2,7 bilhões em melhorias, e grande parte desse valor foi usada na recuperação das estruturas existentes de água e esgoto; na implantação de tecnologia de ponta, como o uso de um satélite que acha vazamentos subterrâneos de água tratada, na setorização de sistemas, entre outras iniciativas. Paralelamente, são desenvolvidas ações de fiscalização de ligações clandestinas.

O resultado é que 3 bilhões de litros de água deixaram de ser desperdiçados por mês e passaram a abastecer cerca de 600 mil pessoas.