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Empresário chinês busca oportunidades de investimento e desenvolvimento no Brasil

Huang Nubo, Chicão Bulhões, Estrella Wang e subprefeito Flávio Valle no Copacabana Palace | Foto: Divulgação

O empresário chinês Huang Nubo, presidente do Beijing Zhongkun Investment Group., desembarcou esta semana no Brasil em busca de parcerias e oportunidades de negócios. Até o próximo dia 16, ele fará um périplo por cidades brasileiras que abrigam áreas consideradas Patrimônio da Humanidade, segundo a classificação da Unesco. Os primeiros locais visitados foram o Cais do Valongo, na região portuária do Rio, o Sítio Burle Marx, na Zona Oeste, e o município de Paraty, no Sul Fluminense.

Ele tomou café da manhã no Copacabana Palace com Chicão Bulhões, secretário de Desenvolvimento Urbano e Econômico do município, e Flávio Valle, economista e ex-subprefeito da Zona Sul. O encontro foi mediado por Estrella Wang, do Eixample BCN Capital Investment. Na pauta, medidas para incentivar o turismo na cidade. O empresário defende a redução das restrições à entrada de chineses no país, bem como a ampliação da infraestrutura do RIOGaleão como forma de aumentar o fluxo de voos internacionais.

Na agenda no Brasil, também estão marcadas visitas no Centro Histórico de Goiás e São Luís (Centro Histórico), Olinda, Salvador, Aracaju, São Cristóvão (Praça São Francisco - SE), Belo Horizonte (Conjunto Moderno da Pampulha), Congonhas (Santuário do Bom Jesus de Matosinhos - MG) e o Centro Histórico de Ouro Preto.

Em sua primeira visita ao Brasil, Nubo visitou o Cristo Redentor e não escondeu seu encantamento. "Desde criança, sonhava em visitar a cidade. Isso aqui é o paraíso. A paisagem vista do alto é única e muito impactante". Nos próximos dias, ele vai a Brasília, Goiânia, São Luís, Olinda, Salvador, Aracaju, Belo Horizonte, Matozinhos e Ouro Preto.

Considerado um dos homens mais ricos da China, segundo a Forbes, Nubo está fazendo um périplo por diversas cidades que abrigam áreas consideradas Patrimônio Mundial, segundo a classificação da Unesco. Ele já esteve no Peru, onde visitou o Centro Histórico de Lima, Cusco, Machu Picchu e a Cidade Sagrada de Caral. Também esteve em Santiago e na Ilha de Páscoa (Rapa Nui).

O grupo

O grupo Zhongkun faturou o equivalente a 1,37 bilhão de dólares (R$ 7,5 bilhões) no ano passado. Responsável por empreendimentos imobiliários de grande porte, especialmente nas áreas de turismo e lazer, Huang Nubo investiu cerca de 1 milhão de dólares (R$ 5,5 milhões) em projetos de turismo sustentável voltados para a preservação do Patrimônio Mundial. Ao longo dos últimos cinco anos, ele já visitou 600 sítios da Unesco em quase 100 países. Agora volta suas atenções para o Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério do Turismo, entre 2019 e 2021, o Brasil recebeu 77.235 visitantes da China. Já em 2022, foram apenas 8.787. No ano passado, 32 mil vieram ao país. "A cada ano, 150 milhões de chineses viajam para o exterior. Mas uma parcela muito pequena desembarca aqui no Brasil. Com medidas de incentivo ao turismo, somente o Rio poderia receber até 10 milhões de visitantes estrangeiros todos os anos. Mais chineses poderiam apreciar o mar, as montanhas, o Cristo Redentor, o Jardim Botânico e o Carnaval", defende Nubo.

O empresário diz que o turismo é fundamental para gerar empregos e renda, além de preservar o patrimônio histórico e cultural. "Investir na conservação desse patrimônio deve ser prioridade. As pessoas precisam se sentir parte da sua cultura. No Rio, com tantos marcos históricos e arquitetônicos, o céu é o limite para atrair investimentos nesse setor", diz. Ele também destaca a riqueza de recursos naturais e de minérios no Brasil, outra área que desperta seu interesse.

O empresário

Além das atividades empresariais, Nubo é poeta e montanhista. Ele já escalou o Monte Everest três vezes e também o Kilimanjaro. Foi vice-presidente da Federação Chinesa de Literatura e Arte e é membro ativo da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, órgão do governo.

Em suas próprias palavras, Nubo se considera um verdadeiro milagre chinês. "Na infância, eu estava predestinado à marginalização. Quando eu tinha cinco anos, o meu pai foi condenado a 13 anos de prisão por ser contrarrevolucionário. Ele cometeu suicídio na cadeia. Éramos quatro irmãos e a minha mãe foi obrigada a trabalhar como vigilante numa zona industrial, onde morreu de intoxicação alimentar", recorda.

Ainda jovem, Nubo fez de tudo um pouco: vendeu bonecas, trabalhou com impressão de cartões de visita e revenda de fotocopiadoras, entre outras atividades. E procurou se refugar nos livros. Aos 16 anos, leu Dom Quixote e passou a escrever poesia. Quando fundou o Grupo Zhongkun, em 1994, adotou como slogan a frase "Vamos fazer mais pela nossa comunidade".

"O que mais me orgulha não é a capacidade de obter lucros, mas a influência que os nossos projetos têm sobre a população local. As suas vidas mudam para melhor e a economia torna-se mais saudável", afirma.