Fazenda estreante foi palco dos maiores públicos do evento em Vassouras
O Festival Vale do Café 2024, que tem apoio da Secretaria Estadual de Turismo do Rio de Janeiro (SeturRJ), e de outros parceiros, correspondeu às expectativas de que, esse ano, o evento voltaria ainda mais forte, retomando os tempos áureos de outros festivais.
Logo em sua abertura, na Fazenda União em Rio das Flores, a apresentação da 'Seresta Lírica do Vale' com Carol MC Davit e parceiros, encantou o público presente. As atrações foram ocorrendo ao longo da última sexta-feira, no dia 19, em vários locais espalhados pelas cidades participantes. Praças públicas também foram palco de eventos.
Em meio as apresentações líricas, houve também uma visitação guiada ao casarão histórico de 1836, considerada uma joia em termos de detalhes decorativos e preservação, que ainda guarda uma das maiores coleções de porcelanas brasonadas do período imperial, entre os anos de 1822 e 1889.
Ainda na sexta-feira, houve a participação de uma outra Fazenda em Valença. A estreante Santa Rosa, que tem entre seus atrativos, uma tradicional produção de cachaça artesanal, abriu suas porteiras, para a apresentação do Choro Nota Dez.
No sábado, dia 20, e segundo dia do Festival, marcou o primeiro final de semana do evento com atrações de encher os olhos. Pela manhã, foi momento de visitações em uma produtora de cachaça.
A Fazenda das Palmas, em Engenheiro Paulo de Frontin, com cenário retirado dos quadros de Monet e farta mesa de pães, bolos e queijos com sabor do interior foi um dos destaques.
Ainda, teve concerto do grupo "Chora! Mulheres na Roda", foi uma celebração às mulheres musicistas e compositoras do Choro, indo de Chiquinha Gonzaga a Nilze de Carvalho em um episódio especial, com a ex-aluna dos cursos de música do Festival, a flautista Carolina Chaves, como uma das artistas do palco principal.
Fazenda Floresta
Um dos momentos mais impactantes do festival foi durante o evento na Fazenda Floresta, em Vassouras, também estreante no Festival. Cerca de 400 pessoas estiveram no evento para conhecer os detalhes de uma rica história em todos os sentidos.
A atração musical ficou por conta do Concerto Gafieirando, com Daniela Spielmann, Silvério Pontes e outros, que levantaram o público com repertório dançante e performance animada, passeando e interagindo com os espectadores. Mas, de acordo com os visitantes, os detalhes da Floresta encantaram e não passaram despercebidos.
Os atuais proprietários, os empresários Julio e o Yolanda Capute, herdaram a fazenda do pai, o engenheiro Marco Capute, que escreveu um importante capítulo na história recente da região, ao presidir a Fundação Educacional Severino Sombra (Fusve), em Vassouras.
Erguida no século XX, a Floresta mantém todas as características das antigas fazendas da região, quando o Vale do Paraíba foi o maior produtor mundial de café. Construída por Gilberto Faria, banqueiro, advogado, empresário e político mineiro, a Floresta, foi um dos grandes investimentos da época.
Gilberto foi casado por 30 anos, com Inês Maria Neves de Faria, filha do ex-presidente Tancredo Neves. Muito ativa nos negócios cafeeiros da época, Inês Maria participou diretamente dos projetos de construção da Fazenda.
"Quando fui procurado pelos amigos, o Secretário Estadual de Turismo, Gustavo Tutuca e pelo também amigo, assessor especial da Setur, Wanderson Farias, para que a Fazenda Floresta participasse do Festival, foi como um encontro de ideias. Eu, minha irmã Yolanda e a nossa família "Capute", decidimos que seria o melhor momento para homenagear o legado que nosso pai deixou para toda nossa região. Foi muito gratificante e emocionante receber todos os visitantes, amigos para ver que vamos continuar com a história do Marco Capute. Os organizadores e apoiadores do Festival Vale do Café estão de parabéns pela organização do evento" disse Julio Capute.
Ao cair do sol, a Fazenda Floresta recebeu iluminação especial, fornecendo um espetáculo surpresa, que manteve os visitantes ainda por mais tempo no casarão construído como réplica da arquitetura do século 19.
"Quando a gente presencia momentos históricos, como esse aqui na Fazenda Floresta, aumenta a certeza de que o apoio da Setur nesses festivais e mais que acertado. Acompanhei a abertura oficial e outros eventos em outras fazendas. Todas estão bem preparadas e toda essa movimentação certamente colabora com a economia que gira em torno do turismo. Estaremos sempre presentes como incentivadores, apoiadores e facilitadores para que, não só os Festivais, mas todas as ações turísticas se mantenham em alta em nosso Estado", comentou o Secretário Estadual de Turismo, Gustavo Tutuca.
Produção artesanal
Além das apresentações nas fazendas históricas, o Festival Vale do Café programou para esse ano, pelas cidades participantes, eventos e ações que incentivaram também a presença dos produtores locais por meio dos APLs (Arranjo de Produtores Locais). Foram preparados espaços para degustação e venda de produtos artesanais como café, cachaça e queijo.
"Decidimos inserir esses produtores artesanais, que já fazem parte de roteiros turísticos de degustação, para também estarem presentes no Festival Vale do Café. E tem dado muito certo, pois a visibilidade das ações faz com esses produtos sejam cada vez mais conhecidos e assim, de forma natural e espontânea, esses turistas voltarão outras vezes em outras épocas do ano para visitar e se hospedar no Vale do Café", finalizou o assessor especial da SeturRJ, Wandeson Farias.