Concessionária Águas do Rio atinge R$ 3,1 bi em investimentos, gerando emprego e renda onde mais precisa. Metade dos funcionários da empresa são moradores de comunidades
Há dois anos e meio, o bombeiro hidráulico Clayton Guilherme ficou sabendo que uma nova concessionária de água e esgoto estava contratando. O morador da comunidade do Arará, em Benfica, na Zona Norte da capital carioca, foi atrás, participou do processo seletivo, passou e se tornou agente de saneamento da Águas do Rio. Hoje, aos 39 anos, o pai de dois filhos gerencia seu tempo entre a faculdade de Gestão Ambiental e seu trabalho como coordenador de equipes que atuam exclusivamente no avanço do saneamento básico em comunidades cariocas.
"Todos os dias, vejo que meu trabalho melhora a vida das pessoas e que minha gestão com empatia faz diferença. Isso me motiva a crescer. Hoje, sou uma pessoa com objetivos e sonhos grandes. Eu sou a prova viva de que, quando se tem oportunidade, a gente corre atrás do resto", conta.
Clayton faz parte do quadro de 7 mil funcionários da Águas do Rio, que trabalham nos 27 municípios onde a concessionária atua. Metade deste efetivo é constituído de moradores de comunidades. Nesses dois anos e sete meses de atuação, só as equipes operacionais da concessionária com atuação em favelas da capital realizaram cerca de 400 mil serviços de melhoria de água e esgoto.
"Temos grandes planos para as comunidades do Rio de Janeiro, investimentos que, nos próximos anos, somam R$1,2 bilhão. E vamos além. Não se trata apenas de melhorar os serviços de água e esgoto nesses territórios; estamos impulsionando o desenvolvimento econômico e social, criando oportunidades de emprego e renda para as famílias que mais precisam", afirma o presidente da Águas do Rio, Anselmo Leal.
A concessionária, que faz parte do grupo Aegea, uma das maiores empresas do setor privado de saneamento básico no Brasil, tem compromissos assumidos em contrato que vão resultar no maior investimento em saneamento básico já realizado no país: R$ 40 bilhões, entre outorga (R$ 15,4 bilhões, dos quais 80% já foram pagos ao estado e municípios) e investimentos diretos na ampliação e melhoria da prestação dos serviços (R$ 24,6 bilhões).
Metas, planejamento e obras
A meta da chamada "universalização" dos serviços de água e esgoto, definida pelo Marco Legal do Saneamento, é que 99% da população tenha acesso à água tratada e 90% ao esgoto tratado até 2033. Por isso, o trabalho da empresa tem sido intenso desde o início da operação.
Até agora, a concessionária implantou 1.2 mil km de novas redes de água, mais do que a distância entre os estados do Rio de Janeiro e Bahia. Esse esforço já trouxe resultados: 601 mil pessoas passaram a ter água pela primeira vez e 2,7 milhões de pessoas (27% da população atendida) agora têm acesso a uma conexão regular, livre de irregularidades e possíveis exposições a doenças.
É o caso do aposentado Carlos da Costa, de 73 anos. Nascido e criado no Morro da Mangueira, na Zona Norte carioca, ele conta que, na infância, buscava água no jardim da Quinta da Boa Vista em baldes e na juventude trabalhou nos mutirões organizados pelos moradores para instalar redes improvisadas que levassem água para o morro. Isso só acabou com a chegada da Águas do Rio. Sem problemas de abastecimento, Carlos diz que os tempos de sufoco com falta de água acabaram. E brinca: "Agora, minha preocupação é só em ver meu Vasco ser campeão."
Na área de esgotamento sanitário, as novas redes de coleta para o devido tratamento do esgoto avançam onde mais precisa. No bairro de Mutondo, em São Gonçalo, a concessionária está retirando o esgoto que hoje é jogado no rio Alcântara. A nova rede coletora vai evitar o despejo de 7 milhões de litros de esgoto todos os dias nesse rio que deságua na Baía de Guanabara. São 44 mil famílias que não precisarão mais ter que conviver com o esgoto caindo sem tratamento perto de casa.
Do outro lado da baía, na Baixada Fluminense, as obras de implantação dos sistemas de esgoto em Japeri e Queimados seguem acontecendo, e elas incluem a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto nova. Além do esgoto doméstico gerado pelos 270 mil moradores, a estação, com capacidade para tratar 600 litros por segundo, vai atender uma parte de Nova Iguaçu. Com a conclusão das obras, cerca de 51 milhões de litros de esgoto deixarão de ser lançados na Bacia do Guandu, que terá uma água com melhor qualidade para ser tratada e distribuída para 9 milhões de pessoas.