Por: Por Sônia Paes*

Correio Sul Fluminense: consolidado em menos de dois anos

Gráfica em Volta Redonda imprime o Correio Sul Fluminense e os suplementos especiais | Foto: CM


A chegada de carretas com uma rotativa Harris, com oito unidades, em Volta Redonda, sul do interior do Estado do Rio, anunciava, em novembro de 2022, uma revolução na mídia impressa jamais vista no Médio Paraíba. Nascia o Correio Sul Fluminense, uma publicação do Grupo Correio da Manhã, com edições diárias, formato standart e todas as páginas coloridas. Com uma linha editorial completamente independente, feita por jornalistas sérios, e uma apuração meticulosa, refletiu na região a tradição de um jornal já centenário: o Correio da Manhã, que voltou a circular pelas mãos do jornalista e empresário Cláudio Magnativa, um visionário do jornalismo brasileiro, que adentrava no Sul Fluminense.

Através do Correio Sul Fluminense, a população dos 12 municípios das regiões do Médio Paraíba e da Costa Verde, onde o jornal circula atualmente, tem em primeira mão notícias exclusivas de política e economia, que ganham repercussão em todo o Estado do Rio e também no país. Ou seja: a região ganha projeção no país e, ao mesmo tempo, que traz para o interior o que acontece no Brasil. Além disso, o parque gráfico próprio em Volta Redonda permite que o jornal seja impresso de madrugada, com notícias de última de hora, e chegue às bancas logo cedo.

O galpão, localizado no Aterrado, um bairro central de Volta Redonda, passou por uma completa reforma e hoje possui duas rotativas Harris V15A, cada uma com oito unidades, uma alceadeira müller martini, duas CTP's Violeta, uma guilhotina e dois processadoras de chapas. É o único parque gráfico com maquinário completo em toda a região do Médio Paraíba e capaz de imprimir as publicações com a qualidade exigida pelo Grupo Correio da Manhã. Hoje o projeto de Cláudio Magnavita está consolidado e alçará voos cada vez mais altos.

Do papel para as redes sociais

O Correio Sul Fluminense não ficou só no papel. Foi para as redes sociais. Tem perfis no Instagram, Facebook, além de um grupo de notícias e uma comunidade ativa diariamente no WhatsApp. Uma equipe dedicada especialmente às mídias online seleciona e dá destaque aos principais assuntos, além de produzir vídeos e conteúdos para p canal TVC, sediada em Petrópolis, que integra o Grupo Correio da Manhã. Desde a implantação do jornal, a equipe cresceu e tem na linha de frente a editora-geral Sônia Paes, a repórter Ana Luiza Rossi, Laura Pace, assistente de Redação, Lanna Silveira e Thomás de Paula, estagiários. O local da sede da Redação foi definida por Magnavita estrategicamente: o Aterrado, ao lado do Palácio 17 de Julho, da Câmara Municipal, Fórum, Ministério Público, Defensoria Pública, Câmara dos Dirigentes Lojistas, Associação Comercial e Agro Pastoril de Volta Redonda, Associação dos Aposentados — a maior da América Latina — entre outras entidades.

Um exemplar no Museu Multitemático de Barra Mansa

Antes mesmo de fincar raízes no Médio Paraíba, o centenário Correio da Manhã, já era um velho conhecido da região. Entre os mais de 31 mil volumes do acervo da biblioteca do médico Francis Bullos, que faz parte de seu Museu Multitemático, em Barra Mansa, está incluído um exemplar do jornal, publicado em 21 de novembro de 1944. As notícias da edição tratam dos mais variados temas, como as consequências socio-políticas da Segunda Guerra Mundial - em reta final, na época -, a flutuação de preço de alimentos como carne e leite, além de agendas culturais. O design da página em muito se distancia do layout colorido e chamativo aplicado aos exemplares de hoje, com enormes blocos de texto e títulos ainda tímidos, como era usado naqueles tempos.

A logomarca do jornal é a mesma, mostrando que identidade e a marca do Correio da Manhã foram conservadas após 123 anos. Francis, que recebeu a equipe do Correio Sul Fluminense, em casa, onde montou seu próprio museu, diz que foi através das leituras do Correio da Manhã que ele teve o primeiro contato com o mundo exterior. Passou a ler o jornal durante grande parte de sua infância e adolescência, o que já era um hábito de sua família. O colecionador conta que ia à banca de jornais em todas as manhãs para trazer um exemplar do Correio a seu pai, e sempre demorava a chegar em casa porque voltava lendo a seção de notícias internacionais.

"Meu pai sempre me perguntava porque eu tinha demorado tanto, se o jornaleiro era tão perto de casa", relembra Bullos, com humor. O médico enfatiza que as reportagens do jornal agregaram na construção de seus conhecimentos e, pela lembrança carinhosa, fez questão de guardar um dos exemplares em seu acervo. E Francis voltou a tê-lo nas mãos, em uma versão mais nova e moderna, e, ainda, com o sangue legítimo de um centenário: o Correio Sul Fluminense.

*Jornalista. Editora do Correio Sul Fluminense