Grupo econômico da Economy vira réu por lavagem de dinheiro em SP

Distribuidora começou a operar em Volta Redonda-RJ graças a liminar que pode ser derrubada nesta quarta-feira

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Distribuidora de combustível fica às margens da Rodovia do Contorno, em Volta Redonda

Por Redação*

O grupo econômico ligado a distribuidora Economy, que iniciou a sua operação em Volta Redonda-RJ, por meio de uma liminar concedida pela 1ª Vara Cível de Volta Redonda, é agora réu em ação de lavagem de dinheiro na compra do controle da Copape e da Aster, companhias que atuam na formulação e distribuição de combustíveis. Denúncia do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) foi aceita pela Justiça contra os empresários Mohamad Hussein Mourad e Renato Camargo. A informação foi divulgada na edição deste domingo, dia 21, do jornal O Globo.

No Estado do Rio, o governo estadual cumpriu a decisão para a operação da Economy, em Volta Redonda, mas o julgamento do agravo está marcado para quarta-feira, dia 24, e a liminar pode ser derrubada. A Economy, também alvo de investigação do MP-SP, teria destinado R$ 1,5 milhão para a Copape. O sócio-administrador a empresa é Paulo Leoni Colaco, morador de Curitiba-PR, onde tem mais duas empresas de transporte de cargas perigosas.

Crimes de falsificação e ligação com o PCC

O juiz Caio Lopasso, destaca, na decisão, proferida esse mês, quando acata a denúncia do MP-SP, que "constatou-se que supostamente Mohamad transferiu e ocultou valores de origem criminosa, provenientes de crimes de falsificação de documento particular, crimes contra as relações de consumo e contra a ordem econômica praticados por postos de gasolina e empresas de sua propriedade para outras empresas".

Ainda reportagem do jornal O Globo, a Copape tem como donos Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como "Beto Loko". Ele é investigado em outro inquérito por suspeitas de ligação com a organização criminosa de São Paulo: o PCC. Os promotores afirmam que a Copape tem praticado uma série de fraudes para sonegar impostos estaduais e federais.

Ainda segundo a decisão do juiz de São Paulo, Renato Camargo e a mulher de Mourad, Silvana Correa, supostamente "tinham ciência da origem criminosa dos recursos, com intuito final de adquirir ações das distribuidoras Copape e Aster". Investigações do MPSP (Ministério Público de São Paulo) apontam que Mourad seria um sócio oculto que articulou a compra da Copape. Já Camargo, o administrador da empresa, é apontado pelo MPSP como o "testa de ferro", conforme divulgado pelo O Globo.

Na denúncia do MPSP, Mourad dispôs de R$ 52,6 milhões, em 2020, para assumir o controle da Copape, sem figurar formalmente em seu quadro societário. As investigações descobriram que parte do dinheiro veio da esposa de Mourad e de postos administrados por ele. Os estabelecimentos, informou a ANP, tinham infrações relacionadas a gasolina batizada e outras fraudes.

"Segundo a apuração, o dinheiro foi transferido para a conta de Camargo e, em seguida, repassado para um fundo que adquiriu cotas da Cillus Participações e Investimentos (atual Gasp Participações e Investimentos), controladora da Copape e da Aster", afirma O Globo.

Outra informação dada pelo O Globo é que a maior parte dos recursos para a operação, algo em torno de cerca de R$ 45 milhões, é de um fundo de previdência privada, que está em nome da mulher de Mourad, Silvana Correa. Segundo os investigadores, Silvana não tem capacidade financeira compatível com o valor e é usada para ocultar valores obtidos ilicitamente.

*Com informações do jornal O Globo