Por Pedro Sobreiro
Famosa pela feira literária, a cidade de Paraty é uma pérola do estado do Rio de Janeiro. O local respira história e suas belezas naturais são capazes de impressionar até mesmo os mais carrancudos. Não por acaso, a cidade na Costa Verde tem atraído cada vez mais atenção do cinema, seja o nacional ou o internacional. O caso mais emblemático foi o da franquia 'Crepúsculo', que gravou um de seus filmes justamente em meio às belezas nacionais de Paraty, trazendo os olhos do mundo para a pacata cidadezinha.
Dali em diante, o fluxo turístico começou a aumentar, assim como os moradores e representantes da cidade passaram a olhar com mais zelo para o potencial turístico riquíssimo em que viviam. Em meio a esse cenário cinematográfico, nada mais justo que a cidade tivesse um festival para chamar de seu. Com duas salas de cinema novinhas, a cidade recebeu, entre 31 de julho e 4 de agosto, a primeiro edição do Festival Internacional de Cinema de Paraty.
Organizado pelos irmãos Bruno e Jane Saglia, o festival nasceu com muita luta da organização e com o apoio de parceiros, como a Prefeitura de Paraty, o Telecine e a Rodoviária do Rio. Nesta primeira edição, a grande homenageada foi a atriz Bete Mendes, que recebeu o Troféu Jorge Amado. Bete, que conheceu Jorge Amado, se emocionou no palco e se disse honrada.
"Ser a primeira mulher homenageada neste festival é um grande presente para mim. Vida longa ao Festival Internacional de Cinema de Paraty!'', disse Bete na cerimônia de abertura.
Mais do que apenas exibir filmes, o festival trouxe grandes nomes do cinema, como Cesar Cabral, diretor da premiada animação em stop-motion 'Bob Cuspe' para debater com o público, que compareceu em bom número a essa primeira edição. As sessões da noite eram as mais requeridas, já que combinavam com o estilo bucólico da noite de Paraty.
Quem também marcou presença foi o Governo Federal, na figura da Embratur. Em entrevista ao CORREIO DA MANHÃ, a representante da Embratur, Cristina Szabo, ressaltou a importância de Paraty para o turismo não apenas fluminense, mas brasileiro.
"Uma honra poder participar de um evento tão importante. A indústria do audiovisual, além de gerar emprego e renda, promove nosso país no exterior com sua natureza belíssima mostrada através das locações para filmagens, o que acaba nos emocionando também. É a arte que faz com que o ser humano ria, chore, pense e reflita", disse.
"Paraty é referência nacional e internacional como um 'case' de sucesso do turismo. Além de suas belezas naturais, hoje, Paraty está preparada para receber com excelência nossos turistas, sejam eles do Brasil ou estrangeiros. É uma cidadezinha internacionalmente reconhecida com vários prêmios. Um orgulho para nosso país! Agradeço a gentileza dos irmãos Bruno e a Jane Saglia pelo convite para este evento tão importante", concluiu Cristina.
O grande mérito dessa primeira edição foi a valorização da cidade por meio de obras que contam histórias de moradores da cidade, como o incrível "Samuel e a Luz", e outros longas que contam histórias importantes para a cidade em meio aos outros longas de temática geral. "Samuel e a Luz", por exemplo, retrata a vida de uma família caiçara da região que viveu anos sem ter contato com a luz. Então, por meio do programa "Luz Para Todos", a energia elétrica chegou à cidade, causando uma verdadeira revolução na vida dos familiares.
Mais do que apenas um festival, esse evento é uma oportunidade de explorar ainda mais o turismo em Paraty na semana após o fim das férias. Com o clima mais ameno, é uma grande oportunidade para explorar a rede hoteleira, o artesanato e os restaurantes por mais um tempo, fomentando a economia local e fortalecendo o turismo na Costa Verde. E essa foi uma das preocupações dos organizadores.
"Me orgulho em poder dizer que todos os materiais impressos do evento foram feitos em Paraty, nos preocupamos em trazer convidados, críticas e imprensa, cada um com sua locação nos hotéis e pousadas da região, contratamos serviços de transporte de Paraty para trazer todos até aqui. Nos preocupamos em realmente envolver a cidade e incentivar a produção local", revelou Bruno Saglia.
Ainda não há data para a edição de 2025, mas certamente é um evento que vale a pena prestar atenção. Ele tem tudo para se desenvolver ainda mais e, muito em breve, conseguir integrar os principais festivais do país.
