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No norte do país tem algumas das atrações mais interessantes

A região de Voivodina, no norte da Sérvia, concentra algumas das atrações mais interessantes do país. Estão ali fortalezas, monastérios, reservas naturais e uma impressionante coleção de edifícios art nouveau.

Voivodina é uma província autônoma com uma cultura própria, marcada pela mistura de etnias. Enquanto o sul da Sérvia teve mais influência otomana, o norte guarda mais os traços dos húngaros e dos austríacos.

É possível visitar a área em quatro ou cinco dias, a partir de Belgrado. Para isso, a sugestão é estabelecer duas bases: as cidades de Novi Sad e Subotica. Estão bem conectadas à capital sérvia pelo transporte público.

Novi Sad está a uma hora de trem de Belgrado. É um destino comum para quem quer fugir da capital. Apesar de ser a segunda maior cidade do país, tem um ar mais de interior e um ritmo mais lento e prazeroso.

O destaque é a fortaleza de Petrovaradin, uma das maiores do tipo na Europa. Foi construída entre os séculos 17 e 18 em cima de um morro, observando o rio Danúbio, de onde ela pode ser vista como um gigante.

Guias locais dizem, com orgulho, que a HBO deveria ter filmado a série "Game of Thrones" por ali, tamanhas as dimensões. Talvez seja um exagero. Mas a visão da fortaleza é de fato impressionante, de longe.

Não é um passeio com paradas definidas, porque a cidade foi engolindo a fortaleza e há hoje bares, restaurantes e ateliês dentro e fora dela. Como o acesso é gratuito, a sugestão é passar uma tarde caminhando ali.

Uma outra boa maneira de apreciar a fortaleza é de dentro do rio. Há praias nas margens do Danúbio, algumas com areia e cadeiras. É possível — e recomendado — nadar, mas tome cuidado com a correnteza.

Há também o parque natural de Fruska Gora, com 16 antigos monastérios ortodoxos concentrados em uma pequena área. O mais famoso desses templos é o Krusedol, construído no início do século 16.

Não há meios razoáveis para chegar aos monastérios de transporte público. O ideal é dirigir ou combinar um valor com um taxista (em torno de R$ 150 para visitar dois monastérios, incluindo nisso a espera).

A cidade de Subotica é ainda mais charmosa do que Novi Sad. Fica na fronteira com a Hungria, a três horas de Belgrado de ônibus. A arquitetura impressiona com seu estilo art nouveau de tradição húngara.

Não há, como em Novi Sad, muitas atrações obrigatórias para os visitantes. O prazer está em caminhar pelas ruas e observar as fachadas dos prédios bem cuidados. A sinagoga do fim do século 19 é imperdível.

A 20 minutos de ônibus está o lago Palic, que foi um resort de elite no início do século 20. As construções, algumas delas abandonadas, têm o ar de um passado perdido. Florestas, bares e restaurantes ladeiam o lago.

Em tese, a água não é limpa o bastante para o banho. Alguns moradores, porém, ignoram essa informação. A reportagem fez o mesmo e passou bem. Quem não quiser se arriscar pode em vez disso tomar sol na borda.

O lago tem uma interessante história, também, de que moradores se orgulham. Palic abrigou uma tentativa de Jogos Olímpicos em 1860 — quase duas décadas antes da criação das Olimpíadas modernas em 1896.

Por Diogo Bercito (Folhapress)