Lançado em 21 de dezembro de 2023, o programa Seguir em Frente, da Prefeitura do Rio, já retirou 3.811 pessoas da situação de rua. Com o objetivo de ressocializar esse grupo populacional, a iniciativa lança mão de uma série de medidas de tratamento de saúde para aqueles que tem dependência química ou de outras drogas, acolhimento nas residências transitórias, capacitação, reinserção no mercado de trabalho e a restauração da dignidade e da cidadania.
"Esse resultado é fruto de um trabalho intenso e contínuo, acordamos todos os dias pensando nas pessoas que precisam de uma oportunidade de tratamento, a condição de rua é desumana. Aqui a nossa missão é criar vínculos, a gente oferece tudo aquilo que essas pessoas precisam para sonharem alto com o futuro longe dos vícios. Aliás, esse futuro já chegou pra mais de 710 pessoas que recuperaram a sua autonomia ao conseguirem moradia e emprego após passarem por uma das nossas unidades", afirmou João Maciel, coordenador do programa.
Desde o lançamento do programa, quatro novos serviços foram incorporados à rede assistencial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS): o PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua), unidade de acolhimento no Maracanã; a RUA Sorriso Aberto (Residência e Unidade de Acolhimento) em Jacarepaguá, a RUA Sonho Meu (Residência e Unidade de Acolhimento) e o CAPSad III Dona Ivone Lara, ambos em Cascadura. Os equipamentos funcionam de maneira integrada, oferecendo atendimento multiprofissional e individualizado.
"A nossa intenção é valorizar as pessoas que mais precisam do estado brasileiro. São as que mais precisam de cuidado e, muitas vezes, não recebem todo o apoio necessário. Uma pessoa em situação de rua vive, hoje, com uma expectativa de vida de 41 anos, quando a média de vida do carioca é de 77 anos. São 36 anos de vida perdidos. Nenhum outro problema de saúde pública tem uma perda tão grande na expectativa de vida. Nosso objetivo com o Programa Seguir em Frente é que essa população seja acolhida, cuidada, e que essas pessoas possam voltar ao convívio de suas famílias e serem reinseridas à sociedade e ao mercado de trabalho", destacou o secretário de Saúde, Daniel Soranz.
Somente no PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua), unidade de acolhimento no Maracanã que funciona de portas abertas, 24 horas por dia, e oferece ações de prevenção em saúde e saúde mental, além dos serviços de higiene pessoal, auxílio para emissão de documentos, armazenamento de itens pessoais em armários com cadeado e atendimento veterinário para animais de estimação e vacinação. Já foram registrados nesses meses mais de 100.000 mil serviços como consultas médicas, banho, lavanderia e corte de cabelo e barba.
"Ações de caridade e filantropia são de suma importância, mas precisamos do apoio da sociedade civil para que levem e destinem as suas doações para um local onde essas pessoas possam se alimentar e dormir de forma segura. O PAR é o local indicado para quem quer levar qualquer tipo de doação. Precisamos acabar com a cultura de esmolas e continuar trabalhando todos os dias para dar dignidade e autonomia plena a essas pessoas", explica João Maciel, coordenador do programa.
O projeto que já recebe inúmeras visitas de outros municípios e estados, tem o potencial de se tornar referência em políticas públicas de acolhimento e reinserção social no Brasil.