Por Ana Luiza Rossi e Laura Pace
Traduzir o poder de um jornal impresso para as redes sociais pode não ser uma tarefa fácil. No caso do Correio Sul Fluminense - que pertence ao grupo Correio da Manhã, portador de uma história centenária e que vivenciou todos os processos de transições midiáticas - essa mudança não se prende apenas a uma adaptação dos meios de comunicação, mas representa uma adequação às novas formas de consumo de informação. O papel já não é o único meio capaz de entregar a notícia com agilidade e alcance, mas se mantém firme em sua posição. Levar o calibre que o impresso traz, este sim, é o verdadeiro desafio do qual, com muito orgulho, a Redação tem vivenciado.
A tarefa de traduzir a qualidade e a profundidade das reportagens impressas para formatos dinâmicos e interativos, como o Instagram, Facebook e WhatsApp começou com a simples atualização das manchetes do dia nas redes sociais, compartilhadas no feed e stories das plataformas. Mas o conteúdo não se limitou apenas às edições diárias do jornal. A equipe passou a utilizar as redes para compartilhar acontecimentos em tempo real, interagir com fontes e publicar vídeos com situações cotidianas que podem gerar comoção. Como as chuvas. E foi a partir de uma intensa época de chuvas na região Sul Fluminense entre janeiro e fevereiro de 2024, que foram produzidos os primeiros conteúdos em vídeos viralizados - sem a ajuda dos impulsionamentos pagos, um trabalho totalmente orgânico.
A notícia local
chega em tempo real
Entre os vídeos que marcaram na memória, está o de um temporal em Barra do Piraí. Uma cratera se formou na BR-393, que corta o município, após um grande volume de chuva que encharcou o solo e por conta do bloqueio, motoristas que seguiam sentido Volta Redonda e Barra do Piraí tiveram que desviar a rota para Três Rios. Na madrugada da noite anterior, na mesma cidade, uma família morreu soterrada em um deslizamento de terra que caiu sobre um imóvel no Centro. Entre as vítimas estava uma idosa, o filho, o neto, de oito meses, e a nora.
Apesar desse lado mais sério e por vezes, necessário, a internet também nos traz uma característica importante: de contar com o novo todos os dias, minutos e instantes. E para se adequar no online, os esforços foram redobrados com a participação dos próprios repórteres e estagiários que colaboraram nos vídeos, nos bastidores da produção de conteúdo para as redes sociais e na gravação diária de stand-ups para a TVC, a TV Correio da Manhã, localizada em Petrópolis. A estratégia foi humanizar as reportagens e fazer com que cada nome que foi impresso, desta vez, ganhasse um rosto e que conectasse mais uma vez os leitores, que agora, também se tornaram internautas.
Por vezes, essa relação da produção de conteúdos em vídeo para as redes nos levou a fidelizar o público para acompanhar as novidades, principalmente, que fossem de atrações culturais e de lazer. Entre os destaques, o jornal acompanhou de perto eventos como a inauguração da reforma do McDonald's em Volta Redonda e a abertura do hipermercado Royal, ambos localizados no bairro Vila Santa Cecília, no coração da cidade.
Renovo e rebranding
A relevância local muitas vezes registradas quase que em tempo real fez chegar longe. Mirando na cobertura eleitoral, o Correio Sul Fluminense passou por uma atualização na identidade visual das redes sociais para que trouxesse - por mais uma vez - uma visão moderna e antenada das adaptações das reportagens impressas às novas tendências do digital. Foram registrados acontecimentos importantes na história da cidade, como o ato pacífico do Movimento Sul Fluminense contra a Poluição e as eleições municipais no Médio Paraíba e da Costa Verde.
A renovação conseguiu estabelecer um formato de produção de conteúdo quase que 24 horas por dia, por sete dias da semana. E no final do dia, o trabalho é traduzir a qualidade do centenário, para o interior - seja no papel, seja no celular.