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EUA: especialistas avaliam as relações diplomáticas com Kamala ou Trump
Por Karoline Cavalcante, Marcelo Perillier e Rafael lima
Enquanto todo o mundo aguarda ansiosamente pelo resultado oficial das eleições dos Estados Unidos, com a apuração indo madrugada a dentro no Brasil, com muitas urnas sendo fechadas entre 0h e 5h de Brasília, em especial da costa oeste norte-americana, o Correio da Manhã continua trazendo perspectivas acerca de uma possível vitória tanto de Donald Trump (Republicano) quanto de Kamala Harris (Democrata).
Em entrevista, a internacionalista Elisa Ribeiro destrinchou alguns pontos sobre temas de grande importância sobre a política de governo dos dois candidatos em relação com os principais players globais e da América Latina.
1 - Mudanças nas Políticas Ambientais e Acordos Climáticos
Se Harris vencer: é provável que a parceria no combate às mudanças climáticas se fortaleça, com maior incentivo a programas de preservação da Amazônia e investimentos em energia limpa no Brasil.
Se Trump vencer: o foco ambiental poderia ser reduzido, dado o histórico de Trump em priorizar políticas menos restritivas para o setor energético, o que pode afetar o apoio dos EUA a iniciativas de preservação ambiental no Brasil.
2- Cooperação Econômica e Acordos Comerciais
Harris: espera-se uma postura favorável ao multilateralismo, que pode fortalecer a parceria econômica e o comércio entre os dois países, incluindo investimentos em setores sustentáveis e novas tecnologias.
Trump: a política comercial pode retornar ao protecionismo, com possível foco em acordos bilaterais vantajosos para os EUA, o que pode dificultar o acesso do Brasil ao mercado americano em alguns setores.
3 - Influência em Políticas de Segurança e Defesa
Harris: uma abordagem colaborativa com foco em direitos humanos e combate ao crime organizado, com investimentos em treinamento e tecnologia para o controle do narcotráfico.
Trump: uma possível ênfase em políticas duras de fronteira e controle imigratório, o que pode afetar parcerias em segurança e influenciar no fluxo de imigração e deportações de brasileiros nos EUA.
4- Relações em Foros Internacionais e Direitos Humanos
Se Harris vencer: maior alinhamento nas pautas de direitos humanos, com os EUA apoiando iniciativas de inclusão e direitos sociais nas Américas.
Com Trump: é possível que haja menor ênfase em pautas de direitos humanos, o que pode distanciar o Brasil dos EUA em alguns fóruns internacionais e criar divergências sobre políticas de direitos.
5 - Tecnologia, Ciência e Educação
Harris: provável incentivo a programas educacionais e científicos conjuntos, com bolsas de estudos e intercâmbios focados em inovação tecnológica e energia sustentável.
Trump: é possível que o foco mude para a proteção de empregos e empresas americanas, com menos incentivo para programas de intercâmbio e colaboração científica com o Brasil.
Esses pontos ajudam a entender como a política externa dos EUA em 2024 poderá influenciar o Brasil e abrir oportunidades, ou desafios, em diferentes áreas da relação bilateral.
6 - Agronegócio e Exportações Brasileiras
Harris: pode adotar uma abordagem que promova o comércio agrícola sustentável, incentivando o Brasil a implementar práticas mais verdes no agronegócio para expandir o acesso do mercado americano.
Trump: é possível que ele imponha restrições tarifárias para proteger o setor agrícola dos EUA, o que poderia dificultar a exportação de produtos brasileiros.
7 - Impacto no Setor de Energia e Petróleo
Harris: espera-se que promova o investimento em energias limpas, o que pode influenciar políticas internas brasileiras e gerar novas parcerias para energia renovável.
Trump: provavelmente priorizará o petróleo e o gás natural, potencialmente alinhando-se com o Brasil para expandir a exploração de combustíveis fósseis, mas possivelmente com menor foco em energia renovável.
8 - Turismo e Vistos
Harris: pode haver esforços para flexibilizar vistos e fomentar o turismo entre os dois países, promovendo a cooperação em segurança de fronteira para melhorar a mobilidade.
Trump: a política de imigração mais rígida poderia levar a restrições adicionais no processo de obtenção de vistos, dificultando viagens e turismo de brasileiros para os EUA e vice-versa.
9 - Posição Geopolítica na América Latina
Harris: os EUA podem incentivar uma política de cooperação mais ampla com a América Latina, visando apoio mútuo a governos democráticos e a integração regional, o que pode alinhar o Brasil a uma liderança de cooperação regional.
Com Trump: os EUA podem adotar uma política de maior controle sobre a influência de potências rivais (como a China) na América Latina, possivelmente instigando o Brasil a adotar uma postura mais alinhada aos interesses americanos em questões regionais e econômicas.