Líderes mundiais se reúnem para encontro do G20 no Rio
Fim de semana foi marcado por pré-eventos, painéis e atrações culturais
Neste fim de semana, aconteceram, no Rio de Janeiro, diversas atividades que fazem parte da programação do G20. Neste cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou sua participação no Festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza reafirmando o compromisso de erradicar a fome no Brasil até o fim de seu mandato, em 2026. Lula destacou que a fome não é resultado da falta de alimentos, mas da ausência de políticas públicas eficazes. Desde o início de sua gestão, 24 milhões de brasileiros já saíram da situação de fome. A declaração ocorre no contexto da presidência brasileira do G20, que neste ano promoveu discussões voltadas para justiça social, mudanças climáticas e reforma da governança global.
O G20 Social, uma inovação implementada pelo governo brasileiro, integrou movimentos sociais e organizações não governamentais à agenda oficial do evento. Durante três dias, as discussões enfatizaram a necessidade de enfrentar as desigualdades socioeconômicas, de impulsionar uma transição energética sustentável e de combater os impactos das mudanças climáticas. A declaração final do G20 Social pediu que os líderes globais adotem medidas mais ambiciosas nesses temas. Além das discussões sociais, outros grupos paralelos ampliaram o escopo das ações do G20. O Oceans 20 (O20), grupo que tem a presença da sociedade civil para tratar da agenda oceânica, debateu a preservação dos oceanos como parte essencial da luta contra as mudanças climáticas. Já o Urban 20 (U20), composto por prefeitos das maiores cidades do G20, tratou de estratégias urbanas para sustentabilidade e inovação. Esses encontros visam reforçar a relevância do diálogo multissetorial dentro do grupo.
No domingo (17), Lula reuniu-se com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que assumirá a presidência do G20 na próxima semana. Durante o encontro, Lula destacou a importância de dar continuidade às iniciativas brasileiras, incluindo o G20 Social, e apresentou propostas como a taxação de 2% sobre a renda dos bilionários. A estimativa é arrecadar até US$ 250 bilhões anualmente para financiar o desenvolvimento sustentável global. No Brasil, esse imposto poderia gerar R$ 41,9 bilhões por ano, ajudando a combater desigualdades. O presidente sul-africano comprometeu-se a manter os esforços brasileiros no G20 e discutiu com Lula a retomada do IBAS, fórum que reúne Índia, Brasil e África do Sul, e a futura presidência do Brasil no BRICS em 2025.
Vale ressaltar que, durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Brasil, foi formalizado um compromisso de apoio à conservação da Amazônia. O governo americano se comprometeu a investir recursos para projetos de preservação ambiental.
Os próximos dias devem intensificar as negociações no G20, com a Cúpula de Líderes prevista para segunda-feira (18) e terça-feira (19). A agenda inclui debates sobre o combate à pobreza, a desigualdade, as mudanças climáticas e a reforma da governança global. A presença de líderes das maiores economias do mundo promete trazer avanços, mas também expõe desafios na busca por consenso.
A presidência brasileira busca consolidar o combate à fome como um tema central e transformar a taxação dos super-ricos em uma bandeira global. No entanto, a expectativa é que as negociações enfrentem resistências, especialmente no que diz respeito a compromissos financeiros e ambientais mais rígidos por parte dos países desenvolvidos. O resultado das discussões deve definir os rumos de políticas globais nos próximos anos, colocando o Brasil como um ator relevante na construção de um mundo mais equitativo.
*Com informações da Agência Brasil