Tour pela Pequena África encerra mês da consciência negra
Passeio fez parte da 4ª edição da Caminhada Negra, promovida pela Associação dos Magistrados Brasileiros
Em comemoração ao feriado da consciência negra, celebrado no dia 20 de novembro, os Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (Cogens), do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, promoveram a 3ª Trilha da Memória, uma visita guiada pelo circuito da Pequena África, na região Portuária do Centro. O passeio, realizado neste sábado (30), também fez parte da 4ª edição da Caminhada Negra, promovida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
A excursão foi guiada voluntariamente pela servidora do TJRJ Tatiana Lima Brandão, que é historiadora e turismóloga. Tendo como ponto de encontro a Praça Mauá, o grupo de magistrados, servidores e cidadãos percorreu diversos pontos turísticos que fazem parte do circuito Pequena África, como a Igreja de São Francisco da Prainha, o Painel Hilário Jovino, a Pedra do Sal, o Jardim Suspenso do Valongo, a Espaço Cultural Casa da Tia Ciata, o Mercado de Escravizados e a Praça da Harmonia e o Cemitério dos Pretos Novos.
Para o desembargador Wagner Cinelli, presidente dos Cogens, é fundamental revisitar o passado para reconhecer as consequências que o período escravocrata gerou para as gerações futuras. "A escravidão não se resolveu com a abolição. São gerações e gerações de descendentes de escravizados que ainda sofrem na pele as consequências daquele período de sofrimento, de opressão e de dor. Precisamos incentivar uma memória social porque isso ainda nos falta".
Ao lado de seus familiares, a juíza Eunice Bitencourt Haddad, presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), realizou o trajeto pela primeira vez e destacou a importância da ação. "Ao conhecer o passado, podemos construir um novo futuro. E quando visitamos esses lugares históricos, conseguimos reviver um pouco da cultura e isso nos faz refletir, abre a nossa mente e faz com que, realmente, tenhamos uma nova visão das coisas."
Guia do circuito há mais de 12 anos, a servidora e historiadora Tatiana Brandão destacou o que a inspira a continuar esse trabalho. "O que me move é poder manter a história viva, contando-a para cada vez mais pessoas. Precisamos conhecer nossa história para buscarmos um futuro melhor em uma sociedade mais educativa e igualitária. Essa não é só a história do Rio, é a história do Brasil."
Entre o grupo de aproximadamente trinta pessoas, também estiveram presentes a desembargadora Leila Lopes, o desembargador aposentado Luis Gustavo Grandinetti; e os juízes Bruna Fuscella, Monalisa Artifon, Patrick Couto e Vitor Porto, do TJRJ, e Elayne Cantuária, do Tribunal de Justiça do Amapá.