Paraibana de 11 anos planta esperança na COP16
Estudante foi a mais jovem representante do Brasil na COP16 na Arábia Saudita
Maria Vitória Brilhante, conhecida como Mavi, de João Pessoa, na Paraíba, representará o Brasil como uma das participantes mais jovens na 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (COP16 da UNCCD). Embaixadora do Instituto Limpa Brasil, Mavi participou do evento, entre 2 e 13 de dezembro de 2024 em Riade, na Arábia Saudita. A edição celebra os 30 anos da UNCCD com o tema “Nossa Terra. Nosso Futuro”.
A COP16 da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) é a maior conferência da ONU já realizada sobre temas relacionados à terra, reunindo 197 partes (196 países e a União Europeia) para debater soluções urgentes contra desertificação, degradação do solo e secas cada vez mais frequentes.A conferência também abordará medidas de restauração de terras degradadas, resiliência às secas e ações concretas para combater os efeitos das mudanças climáticas nos ecossistemas terrestres. Um dos focos será o fortalecimento de estratégias sustentáveis, como iniciativas de reflorestamento, uso eficiente da água e ampliação de áreas protegidas, aspectos essenciais para a segurança alimentar e a subsistência de bilhões de pessoas.
Pela primeira vez sendo sediada no Oriente Médio, a COP16 destaca a urgência de soluções para as regiões mais afetadas pela desertificação. A Arábia Saudita, anfitriã da conferência, tem buscado consolidar seu papel de liderança na agenda ambiental global através de projetos como o Visão 2030, a Saudi Green Initiative e a Middle East Green Initiative, focados na sustentabilidade e na transição para uma economia verde. Essa edição da COP também introduzirá uma nova abordagem dual: uma via de negociação para definir políticas e compromissos, e uma agenda de ação para facilitar a implementação das decisões e garantir resultados tangíveis.
Protagonismo jovem
Representando o movimento global “My Future, My Voice” do EarthDay (Dia da Terra) na América do Sul e o programa “Meu Futuro Minha Voz” no Brasil pelo Instituto Limpa Brasil, Mavi é uma voz ativa na luta por um futuro sustentável. Com uma trajetória marcada por ações significativas, ela já participou da COP28 em Dubai como a palestrante mais jovem em painéis ao lado de lideranças internacionais de instituições como a Unesco e a Global Partnership for Education (GPE). Na ocasião, destacou a importância de envolver crianças e adolescentes nos debates sobre o meio ambiente e a educação, inspirando políticas públicas inclusivas e soluções sustentáveis.
Na COP16, Mavi levou a mensagem de seu programa, enfatizando a necessidade de conscientizar e mobilizar as novas gerações para combater a desertificação e promover a recuperação de ecossistemas degradados. Ela também compartilhou iniciativas desenvolvidas no Brasil que incentivam a educação ambiental e ações práticas, como o reflorestamento de áreas urbanas e rurais. Essa atuação se alinha diretamente ao tema da conferência e reforça o papel essencial da juventude na transformação ambiental, buscando garantir um futuro resiliente para as próximas gerações e combater os impactos crescentes das mudanças climáticas.
Agenda de Mavi
Entre os destaques da participação de Mavi está sua presença na Mesa de Diálogo do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (DEA/MMA), que aconteceu na quarta-feira (11). Ela defendeu a ampliação de iniciativas de alfabetização climática e o engajamento juvenil nas decisões políticas.
“Mavi é um exemplo poderoso de como as vozes jovens podem moldar o futuro. Sua dedicação e coragem inspiram outros a se engajarem na construção de um mundo mais sustentável,” afirma Edilainne Araújo, presidente do Instituto Limpa Brasil. “Sua presença na COP16 é um marco não só para o Brasil, mas para o movimento global em prol de um planeta mais saudável.”’Nossa Terra. Nosso Futuro’ depende de ações hoje, e Mavi representa a força transformadora da juventude que pode moldar um amanhã mais justo e sustentável”, conclui Edilainne.