Alto-Forno 2 da CSN volta a causar pânico em Volta Redonda-RJ

Empresa diz que fogo e fumaça vistos pela população foi em função da parada do equipamento

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Fogo em alto-forno da CSN na usina de Volta Redonda-RJ assusta população e empresa diz que equipamento terá parada para minirreforma

Sônia Paes

A noite de sábado, dia 18, para moradores de Volta Redonda, sul do interior do Estado do Rio, que abriga uma das maiores siderúrgicas da América Latina, foi, mais uma vez, de medo e incerteza. Um forte barulho, seguido de fumaça, emitido pela Usina Presidente Vargas, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deixou a população sobressaltada.

A situação repercutiu nas redes sociais e em vários grupos de WhatsApp, com os internautas indagando sobre o que estaria ocorrendo. Na manhã deste domingo, dia 19, veio a resposta: a CSN está fazendo uma parada programada no Alto-Forno 2 (AF-2) para uma futura minirreforma. A informação foi dada pelo site do jornal "A Folha do Aço", após receber nota oficial da Siderúrgica.

Na nota, a empresa afirma ainda que o fato foi informado com antecência, "dias antes", aos órgãos ambientais e que todos os protocolos foram seguidos. A empresa, no entanto, não explicou a motivação da "minirreforma", nem quanto tempo o equipamento ficará desligado.

Em meio à crise global na produção do aço, o Grupo CSN deixou de esclarecer se haverá demissão em virtude da parada do Alto-Forno 2, com capacidade nominal de 1,5 milhão de toneladas de ferro gusa anuais. O gusa é refinado para depois virar aço. A CSN tem o Alto-Forno 3 (AF-3), responsável por 3,35 milhões de toneladas de gusa e por 75% da capacidade total da usina.

Rolo de fumaça e fogo no AF-2

Em março do ano passado, a população do município, considerado símbolo da industrialização brasileira, ficou aterrorizada com um problema ocorrido também no AF-2. Uma ventaneira do equipamento queimou e causou um rolo de fumaça e chamas que fogo vistas de várias partes de Volta Redonda. Até a CSN se pronunciar, por meio de nota à imprensa, moradores interpretaram o problema como um incêndio na Usina. A válvula foi substituída e o Alto-Forno 2 voltou a operar logo depois.

Unidade parou na pandemia

Em maio de 2020, o Alto-Forno 2 foi paralisado por cerca de seis meses, devido à pandemia de Covid-19. Tanta a parada quanto a retomada da operação do equipamento foram informados ao mercado, na ocasião, por meio de fato relevante. É praxe as empresas de capital aberto, como é o caso da CSN, informarem ao mercado e aos acionistas acontecimentos que podem afetar o valor das ações na Bolsa de Valores. O Correio Sul Fluminense, verificou, no site da própria empresa, e constatou que o último fato relevante publicado foi sobre a parceria com a Petrobras, em 19 de dezembro de 2024.

Complexo integrado

A CSN atua em toda a cadeia produtiva do aço, desde a extração do minério de ferro, na mina de Casa de Pedra, em Congonhas-MG, até a produção e comercialização de uma diversificada linha de produtos siderúrgicos. O Grupo CSN está presente em 17 estados do país, e tem unidades na Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Suíça. As ações estão listadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e de Nova York (NYSE).

Atualmente desativado, a CSN inaugurou o Alto-Forno I da usina de Volta Redonda (RJ) em 1946, dando início à produção de aço. Já o Alto-Forno II foi inaugurado em 1954, pelo então presidente Getúlio Vargas, assim como o AF-1.