A campanha Março Lilás tem reforçado, ao longo de todo o mês, a importância da conscientização sobre o câncer de colo do útero, maior causa de morte por câncer em mulheres com até 36 anos de idade, e a segunda maior em mulheres até os 60 anos. É o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres, de acordo com levantamento feito em 2022 pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Diante dessa relevância, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu três metas prioritárias que buscam a sua prevenção e, posteriormente, a sua erradicação como um problema de saúde pública global: que 90% das meninas com até 15 anos sejam vacinadas contra o HPV (já que cerca de 99% dos casos estão relacionados à infecção persistente desse vírus); que 70% das mulheres sejam avaliadas com testes de alto desempenho, aos 35 e aos 45 anos; e que 90% das mulheres diagnosticadas com lesões cervicais sejam tratadas adequadamente.
O Ministério da Saúde tem se empenhado em campanhas para vacinação do público elegível para reduzir o ônus das doenças causadas pela infecção do HPV, principalmente do câncer do colo de útero. Anualmente, são esperados mais de 17 mil novos casos da doença. Segundo dados divulgados em 2023 pelo INCA, até 2021 a Região Norte apresentava as maiores taxas de mortalidade por esse tipo de câncer no país, com 9,07 mortes a cada grupo de 100 mil mulheres, seguido por Nordeste (5,61/100 mil), Centro-Oeste (4,6/ 100 mil), Sul (4,47/ 100 mil) e Sudeste 3,27/ 100 mil).
A chance de uma mulher negra morrer em decorrência de câncer de colo de útero é quase 30% maior do que a de uma mulher branca, segundo estudos. Já na população indígena, essa chance de morte fica 82% maior em comparação às mulheres brancas, o que reforça a importância e urgência da ampliação da estratégia integrada de vacinação, prevenção, rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Para atuar diretamente na prevenção do vírus HPV, no Brasil estão disponíveis as vacinas quadrivalente, na rede pública, e a nonavalente, na rede privada.
A MSD, empresa farmacêutica responsável pelo desenvolvimento, produção e distribuição de ambas as vacinas, investe anualmente em campanhas de conscientização sobre a importância de prevenção do HPV como estratégia para erradicação do câncer de colo de útero.
O Brasil disponibiliza, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina quadrivalente contra o HPV, que protege em até 70% o câncer de colo do útero, para meninas e meninos de 9 a 14 anos; homens e mulheres transplantados; pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia; pessoas vivendo com HIV/Aids; usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de HIV, de 15 a 45 anos; e vítimas de violência sexual.
Na rede privada, há ainda a disponibilidade da vacina nonavalente, que protege contra os nove tipos mais comuns de HPV e oferece 90% de proteção contra o câncer de colo de útero, sendo recomendada para homens e mulheres com idades entre 9 e 45 anos.