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Do interior para o centro das inovações de engenharia e arquitetura

Ação do Sinduscon levou dezenas de empresários e associados do Médio Paraíba, no sul do Rio, até a capital paulista para conferir as principais tendências do mercado | Foto: Ana Luiza Rossi/CSF

Por Ana Luiza Rossi

A convite do Sinduscon-SF (Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Sul Fluminense), em parceria com a Firjan, o Correio Sul Fluminense acompanhou uma caravana formada por dezenas de empresários da região viajou nesta quinta-feira (10) até a capital paulista para participar dos dois maiores encontros da construção civil do país: o ENIC 100 (100º Encontro Nacional da Indústria da Construção) e da FEICON 2025, realizados no São Paulo Expo entre os dias 8 e 11 de abril.

A ação foi conduzida pela diretoria do sindicato, que representou a presidente Elissandra Candido — atualmente em missão internacional na Alemanha. Para o diretor executivo do Sinduscon-SF, Anderson Garani, a iniciativa reforça o papel do sindicato em levar a indústria regional para dentro dos grandes debates do setor. "Essa é uma oportunidade para os profissionais e empresários conhecerem essas tecnologias e voltar com elas para nosso interior, que é o Sul Fluminense," destacou.

Durante os quatro dias de evento, empresários de vários estados e países puderam visitar estandes, conhecer inovações tecnológicas e acompanhar de perto as tendências que devem movimentar o setor nos próximos anos. A FEICON 2025, que abre o calendário nacional da construção civil e arquitetura, apresentou soluções sustentáveis, novas linhas de produtos e experiências internacionais com sistemas construtivos industrializados.

Para Edmilson Reis, associado do Sinduscon e representante da Real VR Imóveis, a visita é uma chance de atualização e conexão com o que há de mais moderno no setor. "A expectativa é a melhor possível. Como todos os anos, o Sinduscon junto à Firjan nos possibilita, os empresários, estar em São Paulo e aproveitar as novidades, tendências e nos atualizarmos e levarmos isso para nossos clientes, que é um público de Volta Redonda e região."

O ENIC 100, que nesta edição se tornou um evento internacional, contou com mais de 200 horas de conteúdo e reuniu especialistas, empresários e autoridades públicas para discutir o futuro da construção civil no Brasil. Um dos principais pontos debatidos foi o déficit habitacional e a necessidade de ampliar investimentos em infraestrutura.

O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Renato de Souza Correia, destacou a importância da presença das lideranças regionais: "É muito importante, porque o Brasil é um país que ainda tem um déficit habitacional de 7 milhões de habitações e déficit de infraestrutura grande que impacta toda a economia. É um marco para a construção civil, que tem a função de dar solução para a sociedade. É importante que todas as cidades, estados, possam participar, assim como a delegação Sul Fluminense."

Avanços para economia

Renato também ressaltou o papel político e institucional do encontro. "Esse é um evento que coloca a representação da construção civil em evidência e atrai olhares. Convidamos políticos. Tivemos aqui o presidente da República, cinco ministros de Estado, presidente do Supremo Tribunal Federal, para justamente mostrar que nós estamos à disposição da sociedade para fazer habitação com infraestrutura."

Aliás, desde o primeiro dia do evento, empresários acompanharam os anúncios que prometem impactar diretamente o setor e a economia como um todo. Um deles foi do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que adiantou que o governo está preparando uma medida para ampliar o acesso dos trabalhadores ao crédito com juros mais baixos. A ideia, segundo ele, é equilibrar o uso da poupança com o estímulo ao investimento. "Estamos construindo uma solução que preserve o direito do trabalhador ao crédito barato, mas que também fomente o investimento", declarou durante a abertura do ENIC.

Ampliação da faixa de financiamento

Outro ponto que gerou expectativa entre os empresários da região foi a ampliação do programa Minha Casa Minha Vida, que agora passa a contemplar famílias com renda de até R$ 12 mil. A mudança deve abrir novas frentes para o mercado imobiliário local. "Essa nova faixa, que contempla famílias com renda de até R$ 12 mil, estava fora do programa e acho que vai ser um grande avanço nessa área. Vamos atingir um público que antes a gente não atingia, tem tudo para dar certo. Vamos ver o que tem de melhor nessa área para dar seguimento no nosso trabalho", disse Mario Augusto Fernandes, associado do Sinduscon e representante da Construtora MN LTDA.

*A repórter viajou a convite do Sinduscon-SF.