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'Todas as religiões são um caminho para Deus'

O papado de Francisco deixa um legado eterno de amor, misericórdia, perdão e inclusão | Foto: ©European Union, 1998 - 2025, Attribution, via Wikimedia Commons

Papa pelo clima

Seu papado também ficou marcado pela inclusão de temas mundiais urgentes. Não apenas pela participação nos pedidos de paz aos conflitos globais do mundo, como na recente guerra entre Ucrânia e Rússia ou no histórico confronto entre Israel e Palestina, mas principalmente por uma abordagem firma da chamada 'agenda climática'. Em suas últimas participações, o Papa Francisco ressaltou a importância da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em novembro no Brasil, e solicitou aos líderes das igrejas do mundo que ajudassem os fiéis a entenderem que "tudo está interligado", como afirmou na encíclica Laudato Si', de 2015.

Santa Dulce

O papado de Francisco também canonizou a primeira santa brasileira da história. Em 2019, diante de 50 mil pessoas, o Papa celebrou a missa no Vaticano em que a Irmã Dulce foi canonizada como Santa Dulce dos Pobres. Ela teve dois milagres comprovados e foi reconhecido seu trabalho de auxílio e amparo aos pobres na Bahia. A cerimônia foi especial para Francisco, que além de ser devoto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, sempre teve forte ligação com o país.

Pandemia

Dentre tantos eventos históricos vividos neste papado, talvez nenhum tenha sido tão emblemático quanto a pandemia do Novo Coronavírus. Com o mundo trancando dentro de casa, o Papa fez um gesto de esperança em 27 de março de 2020. No auge da pandemia, o Santo Padre rezou sozinho a missa na Praça São Pedro, dando bênção e indulgência aos fiéis do mundo. A imagem de Francisco rezando sozinha foi a imagem da pandemia, dando ao planeta a real noção do tamanho da crise que era vivida naquele momento. Em suas palavras, ele pediu atenção às "pessoas comuns", que não "aparecem nas manchetes".

Papa do futebol

Como todo bom Sul-americano, o Papa Francisco sempre exaltou a importância do esporte, principalmente do futebol, na vida das pessoas. Torcedor declarado do San Lorenzo, Francisco virou símbolo de uma época dourada para o futebol argentino. Durante seu papado, o San Lorenzo viveu a histórica conquista da Copa Libertadores da América de 2014, a primeira e única do time do coração de Francisco, dando fim a uma piada de décadas entre as torcidas locais. Mais do que isso, este período marcou o renascimento da Seleção Argentina, que se conectou com o povo do país, disputou duas finais de Copa do Mundo, quatro de Copas Américas e culminou na conquista da Copa do Mundo FIFA 2022, no Qatar, que consagrou Lionel Messi, além das Copas Américas 2021 e 2024, e da Copa dos Campeões 2022.

Paralelamente às conquistas, o Papa Francisco marcou a despedida dos dois maiores jogadores da história: Pelé e Maradona. Inclusive, a relação entre o Papa argentino e os dois símbolos da bola rendeu uma declaração polêmica em seu país-natal. Em 2023, em entrevista à emissora italiana Rai, ele foi questionado se preferia Messi ou Maradona. Então, ele surpreendeu o mundo ao responder: "Pelé".

"[Entre Messi e Maradona], direi um terceiro: Pelé. São os três que eu acompanhei", disse o Pontífice. Ele destacou a vida particular de Pelé como um exemplo para a juventude.