Começa a valer neste final de semana em Singapura uma diretiva técnica que visa controlar ainda mais a flexibilidade das asas dos carros, em mais um capítulo de um longo histórico de tentativas engenhosas das equipes de trabalhar no limite da legalidade para ganhar tempo na pista.
As diretivas técnicas, que funcionam como um esclarecimento de uma regra, geralmente tentam fechar algum buraco que não estava previsto inicialmente nas regras.
É fácil entender por que a flexibilidade das asas está sempre no alvo da Federação Internacional de Automobilismo. Se as equipes pudessem, correriam com asas grandes nas curvas e pequenas ou inexistentes nas retas. Como isso não é possível, eles tentam gerar um nível de flexibilidade nas asas para que elas mudem sua posição dependendo de quão veloz o carro está. A ideia é gerar menos resistência ao ar quando se está em alta velocidade.
Volta e meia, a FIA aperta o cerco. Foram anos endurecendo os testes, sujeitando as asas a testes com altas cargas. E em 2021 foi adotada também uma solução interessante, com selos coloridos sendo colocados nas asas para que a FIA pudesse medir, por meio das imagens das câmeras, a flexibilidade das asas em ação.
Mas as equipes sempre estão tentando encontrar maneiras de movimentar essas peças e ter ganhos aerodinâmicos e, ao longo desta temporada, a FIA começou a ver partes das asas inclusive tendo rotações e depois voltando à posição inicial. É tudo muito sutil, mas a entidade suspeita que estejam sendo usados materiais semelhantes à borracha para ter esse movimento.
Por; Julianne Cerasoli/ Folhapress